BOIZINHO RIZOMA NAS TRAMAS DA ZONA FRANCA VERDE
— UMA URRADA ECOSÓFICA —
Eia, moçada, gente amiga companheira! Olhaí o boizinho Rizoma! Por carregar o rastro da potência lúdica-artística popular do negro e do nativo na sua relação com o mundo, materializado na festa do Bumba-meu-boi, ele interessa, como toda linha rizomática e manifestação da potência comunitária, ao buraco negro da Subjetividade do Capital. Por ter se tornado festa popular, da relação do homem com a terra, do negro com seu corpo e seu espaço cotidiano, do nativo atravessado pelo devir-animal, da política – interesse de todos os humanos – que atravessa como fluxo os corpos, produzindo a alegria do existir que se exprime nas vozes, toadas e cantorias do Bumba, é que o Rizominha corre perigo por aí.
Depois do pessoal da ALCA, que quis cloná-lo, agora é a Fazenda do Governo do Estado que o sequëstrou para tentar se apossar dessa potência lúdica e através dela, vender como verdadeiro o vazio do marketing da Zona Franca Verde. Projeto que, como os outros, atuais e antigos, é todo ilusão e nenhum movimento comunitário filosofante. Vende a ilusão do desenvolvimento econômico para o chamado interior do Estado, como outros projetos já fizeram, e não levam em consideração que uma comunidade se constrói pelo engendramento das forças comunitárias que surgem nas relações entre as pessoas, seus talentos e a inteligência coletiva, produzindo o Novo no mundo.
Mas o nosso Rizoma não tem medo, sabe que ele captura e imobiliza pela imaginação. Como boi de raça vindo do Maranhão, boi-filosofante, ele encara a parada e não se vende como muito boi de canga que arma sela pra político montar. Ele convida para a brincadeira do bumba-meu-boi, onde o amor, a alegria e o fluxo da Vida estão mais próximos das pessoas e aumenta suas potências de agir.
“Pobre do boi que aceita canga,
Amolece os chifres e cala seu urro,
E deixa de ser boi.”
(Provérbio urrante)
DIÁLOGO URRANTE
Êta, meu boizinho! Quer dizer intão que o Bumba-meu-boi não é apenas uma brincadeira criada no Maranhão alesadamente só pra animar as festa junina? Foi criada pela consciência social do negro, índio, caboco, classe pobre, mão de obra explorada no ciclo econômico do gado no Brasil Colônia como forma de expressar essa realidade e produzir novas realidades mais prazerosas pra esta gente tão humilhada? E por isso é um ato social? Uma hurrada da liberdade? Cacete! Essa eu não sabia. Agora intindi porque Bumba quer dizer Zás! Bate! Chifra, meu boi! E também intindi porque a classe rica tinha medo desta festança e várias vezes proibiu sua apresentação. Porque é um teatro onde os artista é o povão. A nêga Catirina, grávida, deseja comer a língua do boi mais melhor da fazenda; o nêgo Chico, seu companheiro, mata o boi pra tirá a língua; o Amo do Boi manda o Diretor dos Índios prender o Chico e assim se movimenta a festa popular que ainda conta com o Vaqueiro, Rapaz do Amo, Cazumbá, Dr. Cachaça, Padre e outros.
Sim. Também acredito que é um teatro religioso: liga em comunhão pela arte e a inteligência. Principalmente quando o boi morre e depois ressuscita e com ele ressuscita também o povão revigorado, confirmando sua liberdade não dando brecha para a competição, porque na competição os artista não é livre: ele procura satisfazer os desejo dos juiz e não o seu desejo de festa, como acontece com outras manifestações que se passam por povão. Acho que isso acontece porque dizem que competir é da natureza do gado. Coisa de espertinho. Intão o teatro BOIZINHO RIZOMA NAS TRAMAS DA ZONA FRANCA VERDE, onde tu é o bicho e é encenado com ação original do boi do Maranhão, conta a história do teu seqüestro, Boizinho Rizoma, pelo Governo do Estado, que pretende fazer o tal markete com tu, já que nas paradas tu é o único boi de raça, sangue puro, vindo do Maranhão e que ninguém põe sela e muito menos canga… tá bom. Não vou mais falar. Tá começando a chegança e o público já quer entrar na festa.
E não perca, apresentação do vetor teatral, da AFIN, “Boizinho Rizoma nas Tramas da Zona Franca Verde” hoje, às 19:30h, na Escola Municipal Francisco Guedes, no Tancredo Neves, que fica atrás do posto de saúde Leonor Brilhante, na Grande Circular. Atenção Moradores desta Comunidade! Todos estão convidados…
A AFIN aceita convite para apresentações gratuitas deste vetor teatral.
VAMOS AGENDAR O MAIS BREVE PARA A ESCOLA NOVA VIDA NO MAUAZINHO.
SAUDAÇÕES AMIGOS DA AFIN :DELCIRO BATISTA
esas fotos sao muito bonita meus parabens
linda fotos beijo thais meu coraçao