B. BRECHT, 14 DE AGOSTO: “NÃO VENHA MEU CHARUTO (HAVANA) APAGAR-SE POR CAUSA DA AMARGURA!”

0
images

PRODUÇÃO AFINSOPHIA.ORG

                                                                         

         Para todas as Brasileiras e todos Brasileiros que não deixam seus charutos se apagarem por causa da amargura!

 

Apesar de quatro anos de nazifascismo no Brasil, os fumantes e não fumantes, Brasileiros Democráticos, não deixaram a amargura apagar o Fogo da Vida!

 

Luis Buñuel, o talentosíssimo cinegrafista espanhol que lutou contra a ditadura fascista do Generalíssimo Franco, afirmou que a função do artista é perturbar o otimismo do mundo burguês.

 

O filósofo francês, Deleuze disse o papel da Filosofia é causar tristeza nos que estão estruturados pelas forças do sistema dominante-burguês como escravos sujeitos-sujeitados. 

 

O filósofo, Nietzsche afirmou que é preciso ser rico em oposição, pois só assim se é fecundo; para conservar-se jovem é preciso que a alma não descanse, que a alma não solicite a paz.

 

As três enunciações mostram a Mulher e o Homem Vivos. 

 

As três enunciações mostram o engajamento do teatrólogo, poeta, romancista,roteirista, crítico de arte, músico, Bertolt Brecht.

 

Brecht se mostra através do seu Teatro Dialético, Teatro Didático, Teatro do Distanciamento. O Teatro onde o espectador assiste o espetáculo como um cientista-político-social em laboratório-cênico. O Teatro onde se vai para aprender, validar, exaltar e defender a Vida contra seus detratores: o sistema capitalista explorador onde a única moral é a moral do lucro do tipo “eu quero é que tu morras para que eu viva no teu lugar”.

 

O Método do Distanciamento permite aos atores e atrizes não criarem ilusões no público como ocorre no teatro psicológico-realista do teatrólogo russo Stanislavski.

 

Diferente do espectador do teatro psicológico-realista em que o espectador ao deixar o espetáculo, que lhe pareceu emocionante, afirma, “é assim mesmo”. E vai meter umas e outras e encher a pança, sem qualquer culpa, como ocorre com o teatro gastronômico que enfesta os palcos do Rio e São Paulo, o teatro burguês.

 

O espectador do Teatro de Brecht, ao deixar o espetáculo comenta: “É assim mesmo, mas é preciso mudar“. É um Teatro que convida lutar pela Vida e não pela sua simulação.

 

Freud afirma que o Humor é um dom raro e precioso e só quem é nobre pode experimentá-lo. É verdade: O Humor do Teatro de Brecht é para a Nobreza do Trabalhador, do Proletariado quem não gasta sua Potência com futilidades e inutilidade como faz a burguesia. O Humor do Trabalhador, do Proletariado é Revolucionário, muito que falta no Brasil.

 

Os brasileiros, em sua maioria, é humorizado, mas tem uma turba de delirantes que nem delirando experimenta o riso: os bolsonaristas. É para essa turba que o personagem de Brecht, Ziffel, manda lembrança:

“Realmente a vida em um país sem humor é insuportável, mas muito mais insuportável ainda é a vida num país que tem necessidade de humor”.   

 

Duas enunciações humorísticas de Brecht para vocês testarem seus humores. Uma pergunta e uma afirmação, mais todas duas morais.

1 – “Qual a diferença entre assaltar um banco e fundar um banco?”.

2 – “Primeiro a barriga depois a moral!”.

 

A ALEGRIA DE EXPERIMENTAR O HUMOR CONTÍNUO EM ENSAIO DAS PEÇAS DE BRECHT

 

Todos os ensaios de uma peça de Brecht é na verdade uma loucura de alegria. Não se pode ficar um momento sério. Muito simples: suas peças são na verdade deboches sobre a condição da burguesia com suas mazelas ambiciosas e sua moral exploradora e sua dissipação continua do real pela força hipnotizadora do psicodelismo do consumo.

 

Brecht para nós é parceiro cotidiano. É impossível não olhar para o mundo capitalista e não ser encharcado de ironia. Trump, por exemplo: é hilariante como personagem canastrão. Os bolsonaristas, idem. O atoleimado Edu B., é curtição pura. Ainda mais quando ele faz cara de quem acredita que tem importância para o Trump e é a grande ameaça para o governo Lula, além de respeitado por seus parceiros-nazifascistas.

 

Edu B, não passa de um triste sujeito-ninguém, nos mostra a pedagogia de classe de Brecht.

 

Nossa familiaridade com Brecht, ultrapassa cenas, por isso temos, aqui em Manaus, uma raça de atrizes, atores, encenadores, músicos brechteanos que começou no Teatro Universitário com os atores e atrizes, Rui Brito, Socorrinho Jobim, Hunsilka Amorim, Luiz Mareiro, Marquinho Lopes, Dinho, Ricardo Parente… Depois com o Teatro Pessoal da Barca com Mário Freire, Abdiel Moreno, Haroldo Glauk… Seguindo com Teatro Cabocão Miguel Oliveira, Marcos José… Teatro Maquínico com Edmilson-Gatinho, Peterson Colares, Maurício Colares, Welton Oda, Alci Madureira, Evanilson Andrade, Lucicleia Lopes, Zumbi, Mônica Colares, Keytiane Café da Manhã, Anderson Litaiff…

 

A amargura não apagou o nosso Havana: Continuamos montando todas peças tendo como substrato-dionisíaco o Método do Distanciamento de Brecht.

 

Como afirma a atriz, Se-Tsuan: “Pode ser que até eu venha ter um enfarto do miocárdio, mas vou continuar fumando meu Havana, para que nos futuros terremotos eu não venha sucumbir de amargura!”.

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.