COLUNA DO MEIO

.A ELIMINAÇÃO DO HOMEM E DA NATUREZA PELAS GRANDES EMPRESAS NA AMAZÔNIA.
Em diversos estudos e pesquisas, a grande ameaça do desmatamento na Amazônia está praticamente associado ao trabalho escravo. Dentre os principais executores da destruição da floresta estão as empresas madeireiras, os frigoríficos e a agroindústria, que constantemente lideram as “listas negras” do desmatamento. Porém geralmente ficam excluídos da discussão outros segmentos que se beneficiam dessa situação desde os primeiros saques europeus e o estabelecimento dos colonos.
Houve o deslocamento iniciado na costa brasileira, que ainda nem era brasileira, e foi se interiorizando e cristalizando os traçados das cartas que hoje conhecemos como Brasil. Essa relação não se trata de mais uma fábula das aventuras de Robinson Crusoé, que numa de suas viagens (antes de chegar na ilha deserta onde passou 28 anos sozinho), já desgastado por outros naufrágios, narra a sua chegada traumática ao Brasil e como ele conseguiu deixar a miséria econômica, prosperar, superar as desavenças com os selvagens e estabelecer um negócio lucrativo na agricultura.
Esta semana foi divulgada uma pesquisa, Conexões Sustentáveis São Paulo-Amazônia, que mostra a relação entre o desmatamento da Amazônia, o trabalho escravo e o envolvimento direito e indireto de empresas de São Paulo nesse processo. A pesquisa expõe o caso de 13 organizações que de alguma forma de beneficiam com o desmatamento da floresta Amazônica. São empresas constantemente multadas por órgãos ambientais e diretamente ligadas ao trabalho escravo na Amazônia. São elas:
Pecuária: Quatro Marcos, Friboi, Marfrig, Braslo
Extrativismo vegetal: Tramontina, Indusparquet, Sincol, Metalsider
Extrativismo mineral: Mahle
Soja e outros grãos: Bungue Alimentos, ADM do Brasil, Caramuru Alimentos, São João Alimentos
Apesar das diferenças entre duas regiões equivocadamente consideradas distantes, São Paulo tem uma relação íntima com a Amazônia e as pesquisas que estão aparecendo e as listas negras do desmatamento e do trabalho escravo demonstram ainda que os envolvidos possuem nome, endereço e não são entidades fictícias escondidas atrás das nuvens que impedem os satélites de captarem fotos mais precisas e nítidas das áreas devastadas.