___ oblíquas variações infinitas dos corpos ___

______________ quedas ________ fraturas _________ disjunções ___ escoamentos _____________ correntes __________ repouso ____ turbilhonárias ______        “Talvez todos os dragões de nossa vida sejam princesas que aguardam apenas o momento de nos ver um dia belos e corajosos. Talvez todo horror em última análise, não passe de um desamparo que implora o nosso auxílio” rilke

Fala-se muito do seqüestro como crime. __________ O que é o seqüestro?         Quando se é seqüestrador?       Quando se é seqüestrado? _______________ Muitas mulheres são seqüestradas por seus homens. Passam existências inteiras em cativeiros-domésticos submissas às ordens de seus seqüestradores. Sem direito sequer ao orgasmo. Até que chega o juízo final familial: “Que a terra lhe seja leve!” Pelo menos isso. Já que a liberdade não lhe foi conseguida. Nenhuma força policial, e nenhum juiz lhe encontrou.                _________________________ Trabalhadores têm sua força de trabalho seqüestrada pela mais-valia do patrão.         Se chega a aposentadoria, esgotados, permanecem cativos.                _________________ Professores, com suas vozes de comando, seqüestram a inteligência de seus alunos. Alunos crescem. Espíritos seqüestrados, lançam-se à aventura contínua do seqüestrar. _______________ De qualquer forma, o seqüestro é sempre um vil ato de impedir que  alguém possa constitutivamente agir no mundo.    Aí há também o auto-seqüestro: o que nos coloca hediondamente na posição abjeta denegadora da vida por si mesmo.                          ______________________________ ____________________________________________________

Globalmente a globalização precisa do globo ocular. É aí que a Globo se quer visionária.            “Mamãe, estou com uma vontade louca de ver o dia sair pela boca. De ver Maria surgir na janela. De ver maresia, ai maresia” papete

________________ Muitas vezes o pai esquece o filho e quer que o filho lhe veja como seu pai. ______________ “Nós não queremos  propaganda sobre a Amazônia, queremos uma nova narrativa” marina silva

Pobre do povo que não tem herói!”, disse Andréas, secretário do sábio Galileu, percebendo que o cientista não queria morrer defendendo a teoria heliocêntrica, que lhe rendeu o estigma de ateu, inimigo da igreja. _________ “Não, pobre do povo que precisa de herói!”, respondeu-lhe Galileu. _________ O maravilhoso teatrólogo Brecht nos oferece este revolucionário diálogo histórico-científico em sua peça Galileu Galilei.                       ___________ Em sua movimentação no Senado, diante de medianas personagens medievais, a ministra Dilma Roussef  nos ofereceu essa desheroicização brechtiana-galileica. ___ Com o “pobre do povo que precisa de herói”, profanou o sepulcro inquisitorial arquitetado pelos parlamentares obscuros da direita. _______ “É impossível incomodar quem não pode ser incomodado!”, disse o filósofo.    Mas incomodou. _____ A estupidez só não é incomodada quando diante do seu espelho, mas quando diante de outra imagem, que reflete o que ela não é, se incomoda. ______ O incômodo não surgiu apenas na potência da enunciação discursiva do momento.   ___          Surgiu como um ironia histórica. ______ Ao enunciá-la, Dilma trouxe rastros das ações que moviam jovens livres desutopiantes de 60 e 70. ________ O teatro, a música, o cinema, o romance, a poesia, o jornalismo, signos da vanguarda que, certamente, todos que estavam ali presentes, não experimentaram.             Era o tempo do engajamento. Apesar de Roberto Carlos e sua ‘Jovem’ Guarda.              O engajamento com seiva de Brecht.    Enquanto o espírito medieval lançava seu mofo espectral de existência coagulada, como poderia dizer o filósofo Sartre. ____ Ou, ainda Sartre: “Insuportável conseqüência”.                       Imaginem livres e engajados Agripino, Arthur, Jereissati, Efraim, Cátia Abreu, Mário Couto, Flecha Ribeiro, Álvaro Dias… “O que é ruim? Tudo que provém da fraqueza. O que é felicidade? O sentimento de que o poder voltou a crescer, de que uma resistência foi novamente vencida.” nietzsche

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