OS INTERMEDIÁRIOS DOS BILHÕES NORUEGUESES

A quantidade de acordos e pactos internacionais para a “proteção” da Amazônia cresce cada vez mais, principalmente num momento em que jargões como “a floresta vale mais em pé” se estabelecem e se consolidam nas regras do mercado mundial. Durante muito tempo quem controlava as regras eram os países ricos, que financiavam e ainda financiam os países pobres e fantasiam compromissos para a erradicação dos males sociais e ambientais. Uma ajuda que na maioria dos casos se revela como a captura do que ainda resta ao país: a autonomia.

A Noruega (país mais desenvolvido do mundo, segundo a ONU, com maior IDH em 2006), por exemplo, é um desses países ricos que “se preocupa” em proteger o que os países pobres não sabem cuidar. Em outubro do ano passado, a Noruega firmou acordo de cooperação com o governo brasileiro (10 milhões de dólares) para implementação de Reservas Extrativistas e contenção do desmatamento, durante a 5ª Conferência de Trondheim, na qual os principais temas foram biodiversidade, serviços ambientais e como cumprir a meta de reduzir a perda da biodiversidade. Em seguida, dezembro, anunciou que vai liberar cerca de 2 bilhões de dólares durante os próximos 5 anos para a redução do desmatamento. Um dos seus principais parceiros no Brasil é o ISA (Instituto Socioambiental), que há anos vem “colonizando” o Alto Rio Negro e exterminando o que resta de autonomia daquele povo.

Vários fundos com o objetivo de gerir recursos destinados à conservação são criados e as ONGs top de linha (Instituto Socioambiental, Greenpeace, The Nature Conservancy, Conservação Internacional, Amigos da Terra, WWF-Brasil) no quesito captação de recursos lideram o jogo na manipulação do dinheiro. Captar recursos é fácil, desde que a instituição possua conhecimento dos códigos jurídico-burocráticos, celebridades acadêmicas e certa quantidade de lobbistas destemidos. Difícil para estes e outros grupos — para não dizer impossível, uma vez que de modo algum lhes interessa agir no plano do real — é auxiliar na preservação dos povos presentes nesta floresta, nesta resex, etc, e promover mudanças onde a degradação de comunidades originárias se instaurou. Como já falamos aqui neste bloguinho, a estes grupos e mais diversas universidades (USP, UFRJ, UFAM) os índios, ribeirinhos, cabocos só interessam como laboratório. Por tal, até aqui todos os ditos projetos (sem futurações reias não existe projeto) operam dentro de um humanitarismo(Baudrillard), no qual as realidades humanas locais não têm mais importância do que como reservas de sentido ao saber-poder.

É nesse ambiente, de “competitividade” de quem protege e lucra mais, que a Ministra Marina Silva percorre com cautela, demonstrando o projeto de um governo que não acredita na dicotomia entre o crescimento econômico e a conservação ambiental, acompanhados da exclusão do homem real. Assim, observar e opinar nas questões ambientais, hoje, é uma questão de cidadania, que envolve todas as pessoas, para que o dinheiro que vem da Noruega não sirva tão somente como uma expansão mercadológica dos países ditos desenvolvidos ou a introjeção da razão instrumental ambientalista que “luta” para “salvar” rios, bichos, florestas enquanto o homem desaparece. Conhecendo a ação do Instituto Socioambiental há tempos no Alto Rio Negro, sabemos que o principal obstáculo para as ações sociais pretendidas pelo Ministério do Meio Ambiente e necessárias nestas regiões citadas são os intermediários por onde virão os bilhões noruegueses.

1 thought on “COLUNA DO MEIO

  1. Ola..
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    ]
    Até que ponto realmente as pessoas tem verdadeiro interesse em fazer algo para contribuir para o combate ao aquecimento global e seus efeitos devastadores.
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