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PRODUÇÃO AFINSOPHIA.ORG 

 

Brevíssimo eco.

Conta o mito grego, que Eco era uma ninfa muito bela, inteligente e faceira. Vivia em sublime atmosfera lúdica junto com suas amigas brincado alegremente, principalmente nos lagos. Só que para Eco, sua melhor brincadeira era imitar os outros, além de falar da vida alheia. 

Um dia, começou a fofocar sobre a vida de Zeus. A fofoca foi tão contagiante que chegou aos ouvidos de Zeus. E como Zeus adorava castigar todos que se colocassem em posição contrária a sua, não deu outra. Castigou Eco. A partir daquele dia Eco não mais iria proferir uma palavra saída de sua inteligência. Perderia a voz da razão para conceder vez a voz da imitação. Eco iria só repetir as últimas palavras das falas dos outros.

Porém, Eco era apaixonada por Narciso e por onde ele ia, lá ia ela atrás dele carregando sua paixão. Narciso gostava de caçar. Em uma bela manhã, ele saiu para caçar com os amigos e se perdeu deles. Preocupado em encontrar os amigos começou a chama´-los: “Ei, amigos! Eu estou aqui!”. E Eco bradava: “Eu estou aqui!”. Produzindo o castigo que fora submetida por Zeus: repetir as últimas palavras das falas dos outros.

Moral da história, se é que tem moral: Eco nunca conquistou o coração de Narciso. Narciso, como diz o mito, se apaixonou por sua própria imagem. Na verdade, quem é que vai se apaixonar e acreditar em um eco? Só quem também for um eco.

Na chamada pós-modernidade Eco transita livre e triunfalmente. Encontra-se em rodos os quadrantes do mundo. Há ecos por todos os lados. Há tanto eco que existe uma nova ciência linguística chamada de Ecolalia. A ciência que estuda os reverberadores das vozes dos outros, principalmente os reverberados da voz do poder capitalista com sua dogmática paranoica dominante, já que o poder é uma caixa de ressonância, uma voz de comando.

A SÍNDROME DE ECO

O sujeito-sujeitado acometido da síndrome de Eco, apresenta alguns sintomas facilmente observáveis. É dominado por um profundo sentimento de insignificância, o que lhe torna medroso, invejoso e mesquinho. Tem disposição filogenética para se identificar dom tudo que é irracional, embrutecido e perverso. Em muitos casos é delirante-religioso e apresenta continuamente conflito sexual sublimado em forma de homofobia, além de apresentar sinais racistas, misógino, tudo que distorce o conceito de normalidade.

Mas, o sintoma mais observável é a ecolalia: compulsão para produzir e repetir o que ouve. Exemplo óbvio atual encontrado no Brasil: grupo que ecoa fake news. Não esquecer, que o ato de Zeus condenar Eco de só repetir as últimas palavras dos falantes não ficou só nessa determinação. Ao não poder criar suas próprias falas, Eco confirmou outras proibições saídas da perda da fala. Não podia, imaginar, não podia selecionar palavras, classificá-las, não podia ter vontade, pensamento, realizar recognições, foi transformada em um insuportável ente fisiológico.

Em si, só o fisiológico funciona como ocorre com muitos jogadores de futebol. Como diria o Barão Vermelho: “Puro êxtase”. Ser ecolálico é puro êxtase. Repetir, repetir, repetir, ad infinitum. Mamadeira de piroca, mamadeira de piroca, mamadeira de piroca,… Kit gay, kit gay, kit gay, kit gay,… Comunista, comunista, comunista, comunista,… Cloroquina, cloroquina, cloroquina, cloroquina,…………………………………………..

É verdade, Eco faz parte da mitologia grega, mas o grupo – ou súcia – de Fake News que entulha e perambula o Brasil, é real. Quer dizer: como expressão-degenerada, não como real-humano. São aberrações: encontram-se fora da realidade democrática. 

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