NÃO HÁ DEMOCRACIA COM PARLAMENTO QUE NÃO PARLA

PRODUÇÃO AFINSOPHIA.ORG
CENA – I
Contam que o talentoso artista pintor, arquiteto, músico, escultor, Michelangelo ao finalizar sua obra Moisés, tocou com ternura sua maravilha-estética, e exclamou: “Parla! Parla!”.
O esplendor da beleza da obra conduziu o artista ao movimento expressivo da admiração cuja testemunha seria a fala de Moisés. Michelangelo talvez pretendesse, através de sua criação, a confirmação íntima de seu talento por si mesmo. Um narcisismo de vida, diria o psicanalista-lacaniano André Green. Porém, para Moisés parlar era necessário que ele conhecesse a linguagem de seu criador. Ou seja, a Cultura-Semântica dele que confirmaria o Outro-Moisés refletindo o Ego-Michelangelo. Uma confirmação da empatia Alter-Ego: Michelangelo e Moisés e Moisés é Michelangelo.
Entretanto, o que importa é que o artista ao querer ouvir a fala de Moisés, pretendia, acima de tudo, confirmar que o Homem e a Mulher são Ontologicamente o SER da LINGUAGEM. Por esta razão, o psicanalista Lacan, afirma que o inconsciente é produzido pela linguagem. A revolucionária psicanalista Françoise Dolto afirma que as psicoses estão diretamente ligadas com a impossibilidade da concretização da ação simboligênica, que conduz ao autismo. A mudez. A afasia. Para entender com facilidade: nazifascista não fala. Sequer gagueja que já seria um rastro de fala. Nazifascista não fala porque sofre da psicopatologia: aberração-semântica. É em função dessa psicopatologia-linguística que ele só faz uso de estereótipos-sígnicos.
CENA – II
A DEMOCRACIA é a HETERONOMIA dos ALTER-EGOS: Todos são o Outro do Outro. Ou, todos são o Ego do Ego dos Outros. A Sociedade da empatia-cúmplice da POTÊNCIA dos INDIVÍDUOS-UNIVERSAIS-GÊMEOS. Daí, ninguém é DEMOCRATA se não produz em si a Dialética do Eu como Outro. A minha linguagem é a linguagem revelada na vivência com o Outro. O que Eu falo é o Outro em mim. O Outro é meu Alter-Ego e Eu sou o Alter-Ego do Outro. Engels é o Alter de Marx. Como Marx é o Alter-Ego de Engels. Che é o Alter-Ego de Fidel. Fidel é o Alter-Ego de Che. Sartre é o Alter-Ego de Simone. Simone é o Alter-Ego de Sartre. Jesus é o Alter-Ego de Madalena. Madalena é o Alter-Ego de Jesus. Gil é o Alter-Ego de Caetano. Caetano é o Alter-Ego de Gil. Todos são Alter-Egos como DEMOCRATAS. O Alter-Ego-Político se Materializa como BEM-COMUM. o BEM-COMUNALIDADE, como mostra o filósofo Spinoza.
CENA – III
Como o Homem e a Mulher são Otologicamente o SER da LINGUAGEM, quem não parla não pode ser compreendido, politicamente, como Mulher e Homem. E não podem se tomar como voz da coletividade, já que parlar é confirmar o parlamento como a práxis e a poieses da Sociedade. Emitir som como agenciamento de uma classe, entidade, organização, instituição, partido, em forma particularizada, não é parlar. É tão somente ser sujeito-sujeitado da Ecolalia. A repetição-sonora do mesmo-dizer sem saber.
CENA – IV
O Congresso Nacional Brasileiro encontra-se dominado por parlamentares afásicos: não falam com a linguagem geral da coletividade. Expressam enunciações apenas modeladas pelas semióticas de seus grupos. O que não é DEMOCRACIA. Trata-se de um estado crônico de afasia-parlamentar cujo nascedoro é o estado onde o chamado parlamentar foi eleito através de recursos aberrantes democraticamente e quando chegam na Câmara Federal e no Senado só fazem continuar com as mesmas determinações afásicas de seus estados.
É por isso que o Congresso nacional Brasileiro encontra-se repleto de Lira, Waldemar Costa Neto, Pacheco, Carla Zambelli, Eduardo Bolsonaro, Carlos Bolsonaro, talvez, Damares, casal Moro, entre a maioria. Bancada da Bala, Bancada do Boi, Bancada da Bíblia. Nada de DEMOCRACIA como gemelaridade-política. Foi por essa exacerbação da afasia parlamentar que Bolsonaro tornou o Brasil um país doente. Entretanto, agora, no ocaso de sua maldade desgovernamental encontra-se vivendo a dor da afasia-DEMOCRÁTICA: Vivência intensa de depressão cujo primeiro sintoma é a limitação da fala.
CENA – V
Esta cruel realidade Anti-semiótica-Democrática obstaculiza qualquer governo DEMOCRÁTICO como o de LULA. Não há possibilidade de Diálogo, porque para haver Diálogo é imprescindível que os dialogantes tenham vivência-linguísticas-políticas-semelhantes. Ou seja, Linguagem da Coletividade.
O pior, e não precisa ser psicanalista, Piaget, Vygotsky, para se saber que parlar começa na infância e quem não parla na vida adulta, como a maioria dos desparlamentados do Congresso Nacional Brasileiro, sofreu forte repressão que lhe obrigou internalizar a fala-natural que foi se esconder no inconsciente e aparece no exterior como sintoma de afasia-coletiva. Exemplo: o capitalista-burguês cujo palavreado é só monoterizado por sua afasia-lucro.
Como diz o filósofo da Linguagem, Pipira dos Ritornelos: E ainda tem otário-linguístico que ao escutar a verborreia de um afásico, afirma: Esse serve para ser político. Quando não serve nem para ser locutor de corrida de cavalos.