OBSCENATÓRIO DA IMPRENSA
Um sacada fora (ob) da cena (scenus) do lugar da ação (torius) da imprensa
<- “Lula afirma em entrevista que não pensa em terceiro mandato, mas se o cavalo passar arriado pela frente da porta ele senta”, afirmou o ex-protegido de Adolf Bloch, jornalista Carlos Heitor Cony, em seu Diário Íntimo na BADNEWS. Cony se mostra como aqueles sujeitos que têm complexo de Deus: conhecem o futuro, principalmente se este futuro é das pessoas que ele nutre aversão. Nisto não contam a autonomia das pessoas, suas experiências, os acasos construtores de realidades, não, nada disso conta. A história futura é previsível pelas evidências presentes, que de acordo com que podemos inferir de sua afirmativa, para ele Lula é um deslumbrado pelo poder. Por isso, espera um acontecimento favorável que lhe conduza ao terceiro mandato. Cony, em seu hábito de fantasiar o outro com sua própria fantasia, o que o jornalismo sequelado proporciona, não atina que projeta em Lula suas idéias/teológicas moralizadas em conturbados rastros democráticos saídas de seu indefinido conceito de socialista juvenil. Bons tempos aqueles da ditadura, hein, Cony.
<- “No Brasil, a despeito do desejo de um naco expressivo do petismo, Lula jura que não pretende disputar a re-releição… Ainda assim, não custa lembrar o que dizia o líder do socialismo bolivariano do século 21 antes de chegar ao poder”, adverte Josias de Souza, da Folha de São Paulo. O mesmo enunciado paranóico de Cony. Ou seja, de toda mídia sequelada. Os Lulafóbicos. O pavor de Lula. Por que pavor? Lula é um tirano? Está destruindo o pais? Cerceando as liberdades? Não. O Brasil vive o contrário destes temores antidemocráticos. A descrença no outro, que é própria destes mídias mercadológicos, faz com que ignorem que é inconstitucional o terceiro mandato. E nesta ignorância aniquilam o povo brasileiro que construiu a democracia e permitiu a redação da Lei Maior. Mas esperar o quê de gente como o Lula? Ele pode rasgar a Constituição e aí… É a moral da consciência vil. A subjetividade do jornalismo intrigante, velhaco e estereotipado. Josias faz essa pauta. É muito bem amestrado para servir a Folha.
<- “A palavra ‘Petralha’ não é a fusão de “Petista” com “Canalha”, ou eu teria optado, sei lá, por ‘Petinalha’. Petralha é a variação petistas dos ‘irmãos metralhas’: sempre de olho na caixa forte”, respondeu Reinaldo Azevedo, da Veja, ao jornalista Daniel Henrique Diniz Barbosa, que analisou a fúria do vejafrênico contra todos que não se identificam com seu infantilismo midiático. Como um atoleimado fronteiriço entre a encenação de machinho, machinho e a auto piedade, o Naldinho se quer um respeitado examinador político. Mas Naldinho, em sua oralidade lítero/bom-bom, não pode perceber a impossibilidade da formação de imagens e idéias. Não sabe que na zona fronteira predominam imagos simulantes saídas da escotomização perceptiva e intelectiva. É por isso que seus textos não se fundam como realidade (pelo menos dominante) política/social. E se manifestam como regressivos. “Sei lá”, ele enuncia de uma forma que dar para ouvir a inflexão. Daí recorrer a entes infantilizados como “irmãos metralhas”. Que por sua vez saíram do moralismo/oral polimórfico capitalista de seu autor norte-americano, que lhe cai bem como ilusão de dominação. Naldinho põe palavras, frases, sentenças como ataque de quem se amargurou. Põe sempre a dor. A dor da tristeza de seu olhar temeroso do fora. Naldinho brinca de ir até fora, mas não vai. Então, como Rei, se tranca em sua torre de marfim e fica jogando garatujas pela janela imaginando que é ele quem está brincando na rua junto com os outros meninos, principalmente do PT. Mas ReiNaldinho não brinca. Até isso ele simula. Simulando ele passa para outro compartimento da torre e faz que brinca com o outro, que também não brinca, seu amiguinho Mainardinho. E assim são felizes, mas se alguém lhes contrariara, eles batem os pezinhos.
<- “Sugiro diariamente sites, blogs e fotologs que valham a pena ser acessados”, escreve Noblat. Ibraim Sued, se vivo, processaria o colunista do Globo por tão mal plágio que lhe faz. Nem é colunismo social e nem político. É Noblat, com seu limitadíssimo senso de análise dos fatos, somado a sua ojeriza ao governo Lula, como prova inconteste de duas realidades da comunicação que se vive no Brasil. Uma, os cursos de comunicação estão cada vez piores. Duas, a imprensa vive seu maior momento de liberdade. Até a liberdade de ir e vir pelos braços da ignorância. Acesse os indicados por Noblat e seja bem informado, mas agüente as conseqüências quando se deparar com outra realidade.
<- “Que valores os pais estão passando para seus filhos?”, pergunta Ruth de Aquino, editora-chefe da revista Época, em um texto que tem a pretensão de ser a pedagogia midiática dos pais com filhos playboys. Os filhos que apelam e são defendidos pelos pais. Atos inconcebíveis pela editora-chefe. Como dublê de pedagoga, D. Aquino deveria perguntar também que valores o jornalismo de mercado, que ela sustenta e é sustentada, está fazendo pelos filhos? Ou ela acredita que a educação social é muito bem pontuada? Em família é assim, na escola é assim, na igreja é assim, no bailinho é assim,… tudo com uma identidade própria? Não é. Há uma circularidade de experiências e o jornalismo tece também esta circularidade de códigos. Fala, se impõe. E seu jornalismo preconceituosamente sequelado contribui fortemente para as fantasias de dominação destes playboyzinhos que ela contesta.