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A notícia veiculada pelo Vaticano de que o Papa Bento vê em Irmã Dulce possibilidade de santificação, mas precisa de demonstração explícita de milagres, nos concede um elemento trans-teológico para um acurado exame quanto a esta demonstração que pede o Sumo Pontífice.

Quem tem conhecimento do trabalho realizado por Irmã Dulce na Bahia, comprometida com as causas desesperadoras da violência social sobre os mais pobres, tem o entendimento da natureza e do grau de santidade de suas ações. Pois, se realizar milagres é atuar no mundo como potência criadora de qualquer forma de liberdade, Irmão Dulce, além de seus mais de setenta anos, operou profundos e inimagináveis milagres junto a esta classe explorada, humilhada e ofendida. Conseguiu, juntamente com estes irmãos, auxiliá-los a ter crença na vida sem o tom da provação que é imposta aos pobres para que eles aceitem resignados “seus lotes de dívida” (Deleuze), como objeto de sua culpa que serve ao juiz de suas condições de devedores terrenos. Nada deste “ranger de dentes”, e nem passivo apoio ao “muro das lamentações”. Irmã Dulce, em sua singeleza e inteligência ontológica, sabia que a condição de ir para o céu é ser livre na terra, para que o fiel possa se prover dos adereços que agradam a Deus em sua festa de encontro com os mortais. O sofrimento, para Irmã Dulce, não é condição para chegar ao céu. Se permitir a exploração não é escolha que garante a realização do belo sonho da imortalidade da vida no Paraíso.

Ser sobrevivente na pobreza nordestina é uma questão que vai além da estreiteza moral e política dos homens que representam as instâncias econômicas, políticas, jurídicas e sociais, conforme afirma a insigne e inteligente jornalista/ética Marilene Felinto, sobre si mesma quando se toma como uma retirante do nordeste que se tornou sobrevivente. Irmã Dulce também tinha essa percepção e raciocínio das condições degradantes impostas aos pobres pelos “senhores da terra e do céu” (como diz o poeta amazonense), mas diferia quanto ao fato de querer que o pobre permanecesse em sua terra mais existindo dignamente como ser humano, o que faz ser digno diante de Deus.

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Agora o Sumo Pontífice quer comprovação de milagres da Irmã Dulce. Mais os milagres que Irmã Dulce realizou se atualizaram no momento em que mudou realidades, no instante ontológico junto aos necessitados de suas práxis, e isto é intransportável temporal e espacialmente para hoje servir de testemunho milagroso. É o “hic et nunc” de sua obra estética junto aos seus irmãos. A unidade de sua presença no próprio local onde se encontrou, sua autenticidade, presença única vinculada a sua obra histórica, como afirma o filósofo alemão Walter Benjamin, sobre a Aura na obra de arte que, para nós serve, como Aura sagrada em Irmã Dulce, o que faz com seus crentes acreditem em sua presença.

Sua faculdade racional, capaz de examinar as condição dos pobres, permitiu Irmã Dulce elevar seu espírito através de suas obras, de suas realizações. Cânones que a dogmática sacralizadora não está levando em questão quando pede comprovação de milagre na ordem da superstição. Do incorpóreo, do etéreo do conceito teológico de alma beneficiada pela atuação de Irma Dulce só pelos signos codificantes da linguagem da Igreja. Fato que beira a ironia, a ponto de alguém poder afirmar que Irmã Dulce está mais para Prêmio Nobel da Paz que para canonização.

Com Nobel ou sem Nobel, com Papa ou sem Papa, Irmã Dulce é santa, pois sua existência ainda hoje carrega a Aura dos milagres. Mesmo que não venha ocupar um espaço na parede sagrada da hagiografia.

Viva, Irmã Dulce, nossa santa!

7 thoughts on “IRMÃ DULCE É SANTA, EMBORA O PAPA QUEIRA PROVA

  1. É SIM ELA É SANTA,ELA É SANTA,ESPERO UMA CURA E VOU RECEBER LOGO,POIS SONHEI COM ELA SEGURANDO NAS MINHAS MÃOS NA NOITE DE DOMINGO DIA 21 DE MARÇO DE 2010,SEI QUE FOI UM AVISO ELA VAI ME TRAZER A CURA JUNTO COM FILHO DE DEUS NOSSO SENHOR JESUS CRISTO.TENHO MUITA FÉ EM IRMÃ DULCE ELA É SANTA MILAGROSA,ELA CURA.AMÉM.

  2. Eu caminho pela vida atual há 67 outubros e mais algusn dias. Não há necessidade de aqui relatar tudo o que já li, ouvi, vi, pela vida em diante, mas quero deixar patente: EXISTEM ALMAS QUE TRABALHAM EM PROL DE OUTRAS ALMAS. Deus, em Sua infinita sabdoria, outorgou e outorga, mediante a FÉ, poderes a determinadas almas e elas intercedem junto a JESUS CRISTO, ” o único salvador, redentor e mediador entre Deus e o homem “. Ao assim afirmar, não o faço no sentido de dizer que os mortos trabalham com alguma finalidade, porque quando falo de “almas”, estou me referindo a “almas” ainda em corpo vivo. Enquanto vivas, as pesoas, através de sua alma, criam uma redoma energética que abrange todo o seu mini universo. É esta aura, egrégora, tenha lá a denominação que tenha, que age, enquanto a pessoa está viva e continua vibrando após a sua morte. Uma vez sintonizada, em qualquer das circunstâncias já citadas, conforme a crença e fé do sintonizador, ela dará uma reação que lhe é igual e contrária, ou seja, responderá. EU ACREDITO EM MILAGRES e els existem. Este é um deles, pelo menos o mais corriqueiro pois faz parte do nosso dia-a-dia. O que ocorre é que, devido a nossa displicência, não usamos devidamente esta fórmula e até mesmo a desconhecemos, tornando-a desapercebida pela não utilização e, quando ela se manifesta, como muitas vezes é imperceptível para nós havermos utilizado o processo, ele desponta como coincidência, acidente, acaso. Estejamos certos de uma acertiva: NADA ACONTECE POR ACASO. Tudo obedece a leis, princípios e regras, estímulos e emoções, sensações espalhadas pelo ar atmosférico, invisíveis porém presentes. Quando um determinado número de cérebros vibra numa mesma tonalidade, em prol de um mesmo ideal, cria um rítmo espiralado a partir de círculos concêntricos e, a exemplo da física vetorial, vai criando RESULTANTES em molde de dízima periódica que terminam por gerar um resltado anteriormente progrtamado e atingido, voluntária ou involuntariamente. Por esta razão é primordial que se creia num PONTO FOCAL do Universo, que de sua incógnita posição a tudo atrai e repulda em harmônicas ondulações que variam de um simples balançar dos grãos de areia no mar ao turbilhão de uma cadenciada reação atômica num artefato bélico de última geração. Do calmamente normal ao catastrófico absurdo a distância é de “uma pulsação”. Se ainda não acreditas em milagre, falta pouco. Prossegue! Caso ainda haja algum resquício de dúvida, busque entender que, no mínimo, ocorreu um início de articulação do milagre do saber. Vale a pena continuar… Aproveite… Doe e receba!

  3. Eu acredito no milagre….

    Eu creio em Deus…

    Eu creio que irmã Dulce fara um milagre em minha vida…

  4. IRMÃ DULCE: A SANTA QUE EU CONHECI

    Que me perdoem os católicos, mas eu acho ser esse negócio de canonização uma grande estupidez! Comprovar milagres para determinar a santificação de alguém é, no meu humilde entender, um absurdo.
    Agora, por exemplo, querem canonizar a nossa Irmã Dulce, só que isso não foi ainda possível –alegam- porque falta a confirmação de um segundo milagre dela. Que tolice!
    Irmã Dulce já é santa há muito tempo. O maior milagre através dela (porque ninguém faz propriamente milagre, apenas o nosso Deus) é a sua obra. Quem conhece essa obra e sabe como a surgiu, não tem dúvidas. Bastaria isso para Irmã Dulce ser reconhecida como uma pessoa santificada. Ademais, sua vida foi pautada por uma conduta ímpar e dedicada inteiramente ao amor dos mais humildes. Ela possuía um coração puro, abnegado e maior do que ela própria; possuía tudo para se transformar numa figura digna de ser venerada como santa.
    Estou muito bem à vontade para afirmar isso porque não me considero religioso (acredito apenas bastante em Deus) e muito menos católico. Aliás, creio ser as religiões um dos grandes males da humanidade. E adorar mesmo a Deus ou ser cristão, nada tem a ver com religiosidade. Repito: para adorarmos a Deus não precisamos necessariamente ser religiosos. Sabiam que no próprio Evangelho temos esclarecimento disso? (João 4:23).
    “Mas ‘peraí’ – questionar-me-á alguém – isso é um paradoxo; a Irmã Dulce não era uma religiosa?” Claro! – responderei – Diria que foi talvez o único equívoco da sua vida, porém a sua grandeza estava acima de tudo.
    Tive o privilégio de conhecê-la pessoalmente. Foi exatamente esse contato que me deu a convicção do que aqui declaro.
    Conheci mesmo Irmã Dulce quando trabalhava numa certa empresa. Embora morasse na Cidade Baixa num bairro próximo ao de Roma onde fica o prédio hospitalar em que ela residia e trabalhava, eu não a conhecia de verdade. Ainda que costumasse vê-la em pessoa, principalmente nos fins de semana quando eu permanecia com uns amigos até altas horas da noite na praça ali existente e ao retornar para casa era corriqueiro ver, mesmo naquele horário, aquela freira percorrendo uma grande fila de gente (mendigos, gente em busca de tratamento e outros) que ali sempre se formava e ficando as noites inteiras. Ela se comunicava com aquelas pessoas, de uma a uma, e depois conduzia algumas delas para dentro do prédio de sua instituição. Confesso que achava aquilo apenas meio estranho e que até então não me impressionava.
    Mas como eu dizia, passei realmente a conhecer Irmã Dulce depois, quando trabalhava numa certa empresa: a Capemi – para ser mais exato.
    Ali, o Sr. Augusto Santana, diretor da sucursal baiana, costumava designar em certa época do ano um funcionário seu para prestar durante uma semana serviços na área de contabilidade à instituição filantrópica de Irmã Dulce. Era uma das maneiras que ele encontrava de auxiliar o trabalho da freira. Uma vez coube a mim essa tarefa. Esclareço (ah, vergonha!) que de imediato não gostei de ser o escolhido. Havia por detrás de mim, vários tabus e incompreensões. Não considerava a freira como uma figura realmente caridosa e sempre desconfiava dos atuais religiosos. Via neles apenas hipocrisia e preocupação em fazer o bem não porque amassem o próximo, mas porque aguardavam uma recompensa na vida eterna, ou seja, buscavam seu próprio interesse. Também sempre repugnei esse negócio de ficar trancado dentro de um monastério na intenção apenas de salvaguardar sua própria alma como fazem alguns. Tudo isso me levava a ser uma pessoa extremamente anti-religiosa.
    Então chegou o momento de conhecer de perto a Irmã Dulce. Estando lá no seu hospital, no primeiro dia, fui encaminhado a uma salinha muito confortável para prestar o meu serviço. Era um espaço novo e a funcionária que me conduziu até lá me disse: “Aqui seria o escritório da Irmã Dulce; fizeram-no para ela, entregaram há uns quatro meses atrás, mas até hoje ela nunca ocupou preferindo o local antigo. Você está tendo o privilégio de entrar e sentar nessa poltrona em primeiro lugar”. Aí perguntei aonde ficava o outro escritório e a moça apontou para um corredor em que havia uma simples e velha cadeira de madeira, dizendo-me “É ali onde ela trabalha, descansa e passa as noites”.
    Não demorou muito quando a própria Irmã Dulce apareceu. Veio trazer-me os seus cumprimentos e um convite: “Deixe o seu trabalho aí agora e vamos dar um passeio por esta nossa casa, quero que a conheça” – disse-me ela. E me abraçando colocou depois um dos braços no meu pescoço e saiu a me levar por aquele ambiente. Foi uma coisa maravilhosa. Percorremos todas as áreas do prédio. A limpeza e a organização me chamaram à atenção. Fiquei impressionado, entretanto uma coisa me deixou mais ainda: a receptividade dos pacientes internos que encontrávamos, ao vê-la, e a maneira terna como ela se dirigia a todos eles. Era puro amor! Depois olhando para mim com os seus olhos marejados me perguntou: “Tem alguma coisa que nos pague isso?” E em seguida afirmou: “Meu filho, tenha certeza que amando ao nosso próximo, estamos amando ao nosso querido Deus”.
    E foi assim, que eu vim a reconhecer ali, não apenas uma freira extremamente caridosa, não apenas uma pessoa cheia de amor, não apenas uma autêntica cristã, porém uma verdadeira santa.

  5. Temos que ter paciência e deixar nas mãos da Providência Divina!

    A Igreja exige, para a canonização, milagres feitos após a morte do santo e não durante a vida pelo seguinte motivo:

    É porque, se o milagre acontecer depois da morte da pessoa santa, a Igreja tem certeza de que a alma da pessoa santa já está no Céu diante de Deus intercedendo por nós; e não no Purgatório, caso a pessoa santa ainda tivesse alguns pequenos pecados antes de morrer que precisam ser purificados antes da pessoa entrar no Céu; já que no Céu a gente só entra perfeitamente purificados, sem nenhum pecado ou vício por mínimo que seja.

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