TEOLOGIA ELEITORAL DE BRAGA ELIMINA DEUS
Na ditadura midiocivil que tenta prevalecer sobre a inteligência social, o que vale é a palavra pela palavra: o significante despótico, o regime da palavra vazia, a signorragia. Não é algo premeditado: os teofastros (pastores, padres, sacerdotes), os midióticos e os profissionais fazem uso do discurso sem o elemento dis-cursivo, sem desviar a palavra do seu sentido cotidiano, usual, sem rachá-las e impossibilitados epistemologicamente de fazer brotar delas o Novo, necessário à produção política da democracia. Por isso são, sem o saber, tirânicos. E todo tirano é antes um tiranizado.
Assim, uma das palavras mais usadas – a palavra, o signo referente, e não o objeto ou o referido – pelos tiranizados teofastros, midiotas e politicofastros é a palavra “DEUS”. Aproveitando-se do elemento de dor e ressentimento da Má Consciência que pregou Cristo eternamente na cruz e capturou eternamente o povo de Deus na Dívida impagável, eles usam a palavra Deus para justificar a miséria que Deus – não a palavra, mas o Verbo (ação afirmativa) jamais quis para seu povo.
Nas práticas eleitorais desses profissionais do executivo e legislativo, a prática do uso da palavra Deus é tão recorrente e banalizada, sendo tomada como necessária para o êxito nas urnas, que o exercício de desobediência ao terceiro mandamento (não usar o nome de Deus em vão) é quase condição sine qua non da signorragia dos politicofastros.
GOVERNADOR BRAGA E OS DEZ MANDAMENTOS
No lançamento do programa PROSAMIM 2, na zona Sul, o governador Eduardo ‘Guerreiro de Sempre’ Braga abusou do descumprimento do terceiro mandamento da Lei de Deus. Afirmou, dentre outras coisas, que Deus é o responsável pela alta do dólar (uma dificuldade para testar a fé do governante, segundo ele).
Mas a grande revelação da signorragia, patologia da fala capturada pelo significante vazio, foi quando o governador afirmou que as regras do PROSAMIM são como os Dez Mandamentos “que Jesus nos deu a conhecer”. Questão que não serve nem para prova de ensino religioso de ensino fundamental, e o Governador ‘Scharzenegger do Amazonas’ Braga não sabe. Foi através de Moisés, que o mundo conheceu, segundo a Bíblia, os Dez Mandamentos. No Antigo Testamento.
Em outra oportunidade, anos atrás, Braga já tinha escorregado na teologia em público. Em um debate com o então adversário, Alfredo Nascimento, numa eleição para prefeito, Alfredo afirmou que Braga esqueceu a população e fez como Herodes, “lavando as mãos”. Braga até hoje não sabe que as mãos limpas eram de Pilatos, já que não aproveitou a situação para corrigir o então adversário e atual correligionário.
Hoje, como ontem, a assessoria especial para assuntos teológicos-eleitorais de Braga (os irmãos-pastores Câmara) não se manifestaram, calando consenciosamente.
Erro signorrágico de quem fala do Deus bíblico sem sequer ter o trabalho de estudar o catecismo. De tanto falar em Deus como signo esvaziado, elimina Deus das relações concretas.
“Amarás ao próximo como a ti mesmo”, atribuída a Jesus, também é desconhecida por Braga, já que amar é conhecer, envolver-se, e ele já demonstrou, nestas oportunidades citadas e em outras, que não conhece nem teologia básica. Não ama, portanto, e quem não ama não pode construir democracia.