PRÉ-GRITO D@S EXCLUÍD@S DA ZONA NORTE: UMA FESTA DA DEMOCRACIA

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Foi na Cidade Nova, bola do núcleo 08, no dia 04 passado, que o pessoal do setor 09 do Grito d@s Excluíd@s fez o seu pré-festejo, preparação para o grito manoniquim, que será amanhã.

Numa concentração festiva, os animadores iam colocando as pautas, chamando os nomes dos amigos de luta, aliados na exclusão do sistema capitalista, que, embora não estejam mais entre os chamados vivos, vivos estão, muito mais que muitos que andam por aí, pela produções intempestivas e pelo rastro intensivo de ação afirmativa que deixaram.

Após a bela abertura, todos de mãos dadas, foram convidados a se aproximar, para ouvir um relato da situação dos povos nativos, que disputam com o capital financeiro internacional, através dos arrozeiros e do governo estadual de Roraima, as terras da Raposa Serra do Sol. Diretamente do local do confronto, o companheiro Francisco Loedens, do CIMI (Conselho Indigenista Missionário) falou a este Bloguinho e a todos os presentes sobre a luta que desempenham junto às etnias que vivem na terra.

Francisco Loedens - CIMI
Francisco Loedens – CIMI

O CIMI está envolvido no apoio à luta dos povos indígenas, pela garantia do direito territorial dos povos da Raposa Terra do Sol, e tem acompanhado esta luta desde há 30 anos que estes povos Macuxi, Wapichana, Taurepang, Ingarikó e Patamona estão tentando retomar a terra que lhes foi tomada pelos fazendeiros. É uma luta de muito tempo, e marcada pela violência contra estes povos, muitas lideranças indígenas foram assassinadas durante este tempo, tiveram casas queimadas, roças destruídas, que é a sua forma tradicional de economia, mas eles persistiram na luta e quando achavam que finalmente tinham conquistado esta terra, com a demarcação feita pelo governo federal, inclusive com a terra sendo homologada, registrada em cartório, no patrimônio da União, os setores vinculados ao agronegócio, com seus aliados no governo do Estado de Roraima moveram uma ação no STF que colocou em xeque este direito conquistado. E essa foi a ação popular que começou a ser julgada agora e ela tem uma importância muito grande porque na eventualidade do Supremo julgar contra os índios de Roraima, ele vulnerabiliza o direito federal dos índios no país inteiro. Então, tanto os povos indígenas de Roraima quanto os de todo o país, os setores populares, têm se juntado a esta luta dada a sua importância histórica neste momento, para o futuro destes 235 povos existentes no país.

O CIMI está presente em diferentes povos indígenas do país inteiro, e também aqui na Amazônia, e sobretudo desenvolve atividades que favoreçam o protagonismo indígena, a consolidação dos direitos e neste sentido tem trabalhado muito a questão da formação, especialmente a formação política para que os povos indígenas possam ter elementos para inclusive de forma crítica se relacionarem com a sociedade brasileira e afirmarem o seu direito neste contexto. Então o trabalho do CIMI tem focado muito esta questão de poder estar levando informações, se valendo inclusive às vezes do papel de tradutor cultural junto a estes povos para que eles possam se situar no contexto da realidade brasileira, e desta forma reverter esta situação de exclusão histórica a que eles foram submetidos”.

Em seguida à fala do companheiro Francisco Loedens, a moçada da AFIN fez uma apresentação de alguns quadros do vetor do Teatro Maquínico “À Procura de Um Candidato”.

Após a festa democrática, os participantes efetivaram uma caminhada pela Avenida Noel Nutels, que terminou próximo à paróquia de São Pedro, na Cidade Nova I.

E NÃO SE EXCLUA…

14o GRITO D@S EXCLUÍD@S

MANAUS

07 DE SETEMBRO DE 2008

A PARTIR DAS 08:00H

MANAUS MODERNA

(EM FRENTE À IGREJA DOS REMÉDIOS)

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