i iNDA TEM FRANÇÊiS Qi DiZ Qi A GENTi NUM SEMO SERO
@ SATIAGRAHA: UMA LUTA DAN-DAN’TESCA’. O juiz Fausto De Sanctis alertou esta semana à sociedade brasileira de que interesses nada ocultos querem diminuir o poder de fogo da PFR (Polícia Federal Republicana). Trata-se das leis No 11.689/08 e No 11.690/08. Parece que não é só na Itália e nas repúblicas da África que os legisladores agem em benefício próprio. Com as leis, segundo o blog Diário Gauche, haverá restrições a prisões preventivas, os acusados terão informações privilegiadas e antecipadas das etapas dos processos, e tornará afiançável os crimes do chamado “colarinho-branco”. Em resumo, abre-se a porta para a prática (i)legal de crimes financeiros no Brasil. A alegação dos senadores é a necessidade de coibir os grampos. Mas até o gênio incompreendido, DanDan Orelhudo, sabe que para quem está praticando algo ilegal, uma lei a mais ou a menos é irrelevante, e que as restrições só irão prejudicar o trabalho da Polícia Federal. De Sanctis, que não pertence à mesma lavra que os vetustos senadores e o Orelhudo, sabe disso também, e sabe que a desculpa não veste o esfarrapado. Enquanto os senadores trabalham para quem realmente representam, o delegado Protógenes protagoniza uma novela digna do próprio DanDan: mais um entra-e-sai. Enquanto Lula tergiversa sobre ele ficar ou não, e coloca em dúvidas a quem realmente responde a PF, a PF (que não é a R) solta gravações onde Protógenes diz que quer sair. Mas entre o querer e o desejo há um hiato que a vã filosofia do direito de Tarso Genro e Gilmar Mendes não conhece: Protógenes, como já divulgado, deseja. Deseja construir um país onde a miséria e a violência não sejam possíveis. Para isso, precisa das condições materiais. A PF (que não é R) não lhe dá. Esta mesma PF humilha, nega recursos, movimenta os bastidores, impedindo a ação do delegado. Para um querer se materializar, precisa das condições necessárias para tal: Protógenes até agora não teve, exceto sua perseverança. Para engendrar uma linha desejante, é preciso criar instabilidades e alianças: PHA, Mino Carta, os blogues de esquerda, os sem-mídia, Protógenes, De Sanctis, zil juízes federais (menos alguns do Amazonas), procuradores, o povo, e até o Rôla. Por isso, não há porque desesperar. Em tempo: o ‘Homer Simpson’, aquele que vê o Brasil pela ótica do casal globístico Bonner, soube somente ontem, em exclusiva do JN, que DanDan Orelhudo tentou subornar Protógenes (o que já tinha sido noticiado pelos meios internéticos há mais de uma semana). Retardamento televisivo-mental acentuadíssimo! I inda tem françêis…
@ TSE ANUNCIA PERFIL DOS ELEITORES BRASILEIROS. Mulheres são a maioria dos eleitores brasileiros nas Eleições 2008. Elas são quase 5 milhões a mais que os homens. No quesito escolaridade, a maioria é de quem ainda não completou o ensino fundamental: 34,07%. Apenas 3,49% possui nível superior. Mais de 66% dos eleitores estão entre 25 e 29 anos, mas a proporção de jovens entre 16 e 18 anos que querem votar (não são obrigados) cresceu. As informações são do TSE, que divulgou esta semana o perfil dos eleitores, o que mudou da eleição de 2006 pra cá. Mas o que a pesquisa do órgão não viu foi a modificação no entendimento dos eleitores sobre seus representantes: com a melhoria nas condições de existência, ainda que minimamente, com saneamento básico e a transferência de renda do Bolsa Família, além do trabalho de zil ONG’s e entidades que trabalham a conscientização contra o voto de cabresto, muitos deles já entenderam que outro mundo é possível. Não votam mais nos velhos coronéis e generais de outrora. Se muitas vezes elegem políticos profissionais iguais aos anteriores, é por falta de opções, e não de entendimento sobre a ausência da linha democratizante nos candidatos. Ainda não é possível falar em massificação da consciência eleitoral, mas já há visíveis mudanças, principalmente no nordeste. As eleições de Jacques Wagner na Bahia e Luizianne Lins em Fortaleza não foram por acaso, e este novo perfil a pesquisa do TSE ainda não conseguiu capturar. Nem o entendimento de alguns políticos. I inda tem françêis…
@ O BURGUÊS CACCIOLA NA PRISÃO. Salvatore Cacciola, em seu primeiro dia preso no Brasil, recusou-se a comer a mesma refeição dos detentos do presídio Ary Franco, no Rio de Janeiro, e no segundo dia passou mal com problemas estomacais, não conseguindo comer a comida do presídio Petrolino Werling de Oliveira, conhecido como Bangu 8, também no Rio de Janeiro. Agora o seu advogado tenta conseguir uma cela particular para o seu cliente, alegando que este é detentor de diploma superior. Mesmo que o seu advogado diga que a primeira não tenha ocorrida e que a segunda tenha sido um problema que só lhe possibilitou uma maçã como alimento, o que se torna evidente é um corpo tomado pela moral burguesa sendo afetado por corpos estranhos que antes eram completamente desprezados, mas que agora se configuram como realidade. O temor pela prisão é o de ter a liberdade anulada. Mas quando a liberdade é produzida como a criação de novos modos de existência e a construção de percepções mais vastas que emanam da convergência da ação dos corpos com encontros que aumentam a potência de agir das pessoas, fazendo com que a liberdade seja uma realidade e não apenas uma idéia vazia, prisão alguma consegue anular este movimento intensivo. A liberdade não se concentra em um estado de coisas constituído garantido por condições financeiras e de posses. É por esta razão que o burguês, com a sua moral decadente de classe, vê a sua liberdade se esvair quando seus privilégios não são mais atendidos. Então, não somente a dor de perceber que nunca foi livre, já que está deslocado de suas referências morais, o assola. O corpo inteiro sofre. Quanto à cela particular, isto apenas esclarece o quanto os saberes institucionalizados são vazios para uma democracia real. I inda tem françêis…
@ PREÇO DA GASOLINA NOS EUA BATIZA CRIANÇA. Devido aos altos preços da gasolina nos EUA, alguns motoristas estão tomando algumas atitudes consideradas exageradas. David Partin, morador de Orlando na Flórida, em troca de um cupom de 100 dólares de gasolina, aceitou abrir mão do direito de escolher o nome de seu próprio filho que ainda vai nascer. Ele prometeu dar ao seu filho o nome de Dizon Willoughby, nome do apresentador de uma rádio da cidade onde o nome do filho foi negociado como uma mercadoria de troca. Mas o desespero não ficou só aí. Há ainda promoções em bordeis, roubos em creches, negociatas com doações de sangue, entre outras apelações, para se conseguir bônus, cupons e de forma direta a tão cobiçada gasolina. Enquanto isto, o governo Bush continua com a sua política profissional da indiferença, seguindo os desígnios mercadológicos do capitalismo. Para Bush parece ser mais importante conservar a idéia de um país super poderoso economicamente do que perceber que pequenas derivas como estas na existência do povo estadunidense demonstram a fragilidade a qual se encontra esta super potência. I inda tem françêis…
@ “EU SINTO MUITO PELA DOR E PELO SOFRIMENTO QUE AS VÍTIMAS SUPORTARAM”, disse Ratzinger ou Papa Bento XVI a respeito do abuso sexual de padres contra crianças cometidos por membros do baixo e alto clero da Igreja Católica. Em nossa crença cristiana, todos são vítimas. Que todo homem deve ter direito a exercer suas crenças é o princípio democrático de liberdade religiosa. A Igreja Católica, não só na Idade Média, quando usou o “nome de Deus” para escravizar, saquear, matar, sempre perseguiu outras formas de culto. Não só os católicos, mas os ditos protestantes também. Na coluna Afro-Afin existem vários depoimentos de adeptos do Candomblé e da Umbanda relatando preconceitos e perseguições que sofrem. Antes disso, há uma demonização do corpo e dos instintos vitais. Sexo. Apesar disso, existem descrições de rituais que encerram derivativos sexuais, como no citado por uma carmelita à escritora-cineasta francesa Marguerite Duras: “Duas vezes por semana temos o ‘disciplinar-se’. Isso é realizado em comum, no coro da capela. Com o hábito levantado até a cintura, fustigamo-nos com um chicote feito de fitas trançadas; todas as luzes ficam acesas, os cortinados negros estão corridos enquanto recitamos o Miserere. (…) É simplesmente um derivativo sexual necessário e certamente a maior parte das religiosas não têm consciência disso”. No caso dos padres, quando derivativos não são suficientes, são impulsionados a realizar o ato sexual propriamente dito. Pelo fato de não terem experienciado relações sexuais na ordem natural, ou pela necessidade de mantê-las sigilosas, abusam das crianças. Não somos Deus, e por estarmos ao exterior da ordem cristã, cristianamente não nos compete julgar como maléfica a abstinência sexual dos padres. Mas, quando emperra o movimento de crianças e dos próprios padres, sem nos ater na passagem do código religioso para o policial/psicológico, nossa crença é que os padres flexibilizem a linha que Ratzinger e os seus preferem endurecer e que desde o surgimento do Cristianismo de nada valeu. I inda tem françêis…
Vamos que vamos
Porque amanhã já foi
Ontem ainda vai
E hoje não chega nunca…