COLUNA VERTEBRAL
Se a Vertebral não analisou nada se realizou

# Está nas ruas tecendo a dromografia lisa do viver é habitar nos olhos, no pensamento e na língua. “Homofobia Mata! Por um Estado Laico de Fato!”. É uma ocorrência política/ética das pluralidades (do grego: pletos) nas semelhanças democráticas: cada um em seus afazeres atuando como consenso social. Eis o heterogenia da décima segunda Parada Gay versão 2008 que dromografou mais de três milhões de participantes, sem contar, os curiosos distantes/próximos, afastados e aproximados por suas defesas afetivas. No popular: dificuldade de lidar com sua sexualidade. Lourdhet nos informou diretamente de São Paulo muitas das performances e dizeres da policrômica manifestação. Tudo que assevera que o Mundo é Gay. A Caosmose cintilante com suas alegres declinações, que impedem o mundo de tornar-se congelado pelo frio do medo e, conseqüentemente, da dor.
A filósofa Filó, que tinha programado ir, não foi: não conseguiu resolver questões pessoais. Fica pra próxima, Filó. Parada Gay é como imortalidade, enquanto houver um, haverá sempre uma parada. E como o Mundo é Gay, parada é que não faltará.
Um gay, em plena Eduardo Ribeiro, principal avenida do centro de Manaus, gritou convicto e feliz:
— Eu sou gay!
Uma velhinha, que passava levando a netinha para escola, parou e disse, ao Coridon:
— E quem não é, meu filho?
E seguiram as três em animada conversa.
# A ocorrência fundamental biográfica do senador Jefferson Péres, alcunhada pelo vulgo, mistificamente, de morte, visibilizou dois enunciados. Um, o medo individualista daqueles que estão em dívida com a existência, e que viram na ocorrência fundamental um agouro para si próprios. A certeza que acontecerá consigo. Nisso, a visível manifestação de que não havia tanto pesar pela ocorrência fundamental do senador. No poetar de Fernando Pessoa: “Temo, Lídia, o destino. Nada é certo. Em qualquer hora pode suceder-nos o que nos tudo mude”.
Outro, a disputa, nas exéquias, pelo privilégio de ser uma espécie de Deus ou psicanalista, que dá no mesmo, do senador, aí ser o que mais lhe conhecia. E tome qualidades. Só que todas as qualidades atribuídas por um era a mesma que os outros. Pela cantilena, observou-se que o esmero moral empacou na interrogativa: “Quem eles queriam funebremente homenagear, eles próprios ou o senador? Romualdo, imagina como vai ser na missa de sétimo dia. Vai ter nego que se sentiu lesado por não realizar sua falação, que vai à forra. Ainda mais que vai ser na casa de Deus. Aí que nego vai querer mostrar serviço. Fico imaginando o sofrimento do padre, jogado para segundo plano pelas doutas autoridades.
Não deixaram nem o cadáver esfriar e já caíram de boca. Entre tantos, o vereador Brás Silva, na Câmara dos Vereadores, falou que todos deveriam seguir o bom exemplo político do senador. Da parte dele, seguiria a moral do senador Péres.
# Cremilda, me diz uma coisa. Tu não tens percebido que desde o dia 20 do mês corrente (gostou do corrente?) o nosso amigo Prática Radical nunca mais foi atualizado. O que terá acontecido, Cremilda? Nós Sem Mídias não podemos sofrer baixa, que é alegria da mídia seqüelada. Cada blog parado é um ponto pros globo/arthur/agripinados. E aí, Tadeia? Manda notícias, companheiro!
Não cansei do Rock!
Nem mesmo do quero quero
Se a vida é um lero
Traço valsa, tango até bolero.
Beijos e abraços Vertebrais!