COLUNA VERTEBRAL
Se a Vertebral não analisou nada se realizou

Apresenta
OS ASSASSINOS DA IMAGO DA MEIGA ISABELLA
Há mais de mil anos, o patrono de Constantinopla, Nicéfaro, em altercações iconoclastas, afirmou que “se suprimirmos a imagem, desaparece não somente Cristo, mas o universo inteiro”. Premonição imagética da desrealização do mundo pós-moderno. O universo tornou-se uma homogeneidade virtual, onde a imagem auto-referente saída da experiência direta do sujeito com a matéria, o suporte-fenomenológico da cognição (consciência: representação mental), foi desrealizada para dar lugar à ambliopia: o olho vê, mas a consciência expulsa a imagem. A cegueira. Ou seja, a consciência que se orienta pela ilusão-hipnótica do vazio da imagem.
No início era a bela, meiga, faceira Isabella. A linha criativa: devir-criança. Movimentando-se como produção ontológica, a meiga Isabella escapava da força molar que pretende a captura de sua potência produtiva. Eis que então a força reativa, a má consciência e o ideal ascético interditam-na: matam-na. Destituída de seus corpos material e imaterial (sensível/inteligível), restou-lhe a imagem auto-referente. Passados poucos minutos, sua imagem auto-referente caiu na voragem da superexposição-midiática e, então, foi dissipado o suporte imago-ontológico de seu devir-criança. Tornou-se mercadoria oferecida ao preço do mercado sórdido da patologia do lucro no invólucro bem untado da dor mística. Perverso calculismo: desrealizada a imago, desapareceu também, junto com a imagem auto-referente Isabella, Cristo. Daí a publicidade da imagem virtual (sem auto-referente) de Isabella, embalada na dor cristã, não atingir os propósitos mercadológicos das mídias. As Carpias-Midiáticas choram o malogro de suas intenções funestas. Assim, a bela, meiga e faceira Isabella escapa juntamente com Cristo, o produtor da Vida.
Hoje, no crepuscular carrossel midiático, as imagens-virtuais, sem rastros de Isabella, obnubilam seus pervertidos criadores. Exauridas, elas ecoam os fantasmas assassinos: Globo, SBT, Record, Band, Folha de São Paulo, Estadão, Globo, Veja, Época, Isto-É………………. Realização da maldição de Nicéfaro.
Distante, observando a dança espectral dos assassinos, a bela, meiga e faceira Isabella sorri devir-criança.