A Teoria do Conhecimento é a disciplina filosófica fundamental no processo especulativo sobre o conhecer humano. Carrega como principais proposições as seguintes interrogativas: O homem pode conhecer? Se pode conhecer, como conhece? E o que conhece? Em virtude de suas estruturas epistemológicas (sujeito-cognoscente e objeto-cognoscível), encontra-se distribuída, como práxis, nos principais corpos sociais do conhecimento: psicologia, sociologia, política, economia, geografia, história, antropologia, estética, etc. Embora seja fundamentalmente mostrada como própria dos sistemas e doutrinas filosóficas, entretanto, é própria dos saberes de todos, já que é produto dos sentidos (experiências) e da razão (intelecto) humana. Realização do Sistema Nervoso Central mais Cérebro. Que resultou na criação do instrumento investigativo da Filosofia das Ciências Neuro-Cognitivas. Em seus exames epistemológicos, a Teoria do Conhecimento transita por enunciados variados: Materialismo, Idealismo, Empirismo, Racionalismo, etc, com o único objetivo de responder às interrogativas das três proposições. Neste trânsito encontra Platão, Descartes, Hegel, Marx, entre outros, mas para nós, em função do imperativo cognoscitivo-moral imposto pela Globo, resolvemos conversar com o filósofo holandês Spinoza, corpo filosófico da Potência Vida.

O REALISMO-FICCIONAL DA GLOBO

Spinoza diz que um ente (o que existe) é tudo aquilo que resulta de uma percepção clara e distinta. Ou seja, o produto da experiência do sujeito do conhecimento mais a ação da razão. Em outras palavras, uma causa/mundo produzindo um efeito: imagem-idéia. Em síntese: nada pode existir como consciência se não passar pelo Sistema Nervoso Central e Razão. O que Marx, no século XIX, exemplifica como produção da consciência social. Assim, descarta a possibilidade da ficção ser um ente, já que ela exclui a percepção clara e distinta, sendo apenas um ato voluntário de juntar e separar as coisas (res) sem cogitar o falso e o verdadeiro. Portanto, nada de Sistema Nervoso Central e razão. Mais imaginação e superstição. Desta forma, Spinoza anula a pretensão da Globo em querer ser canal de Conhecimento, já que seus enunciados não são produtos de uma percepção clara e distinta: o real. Assim, o imperativo, “Novela é ficção e chute na santa é vida real”, proferido pelo Diretor da Central Globo de Comunicação, Luis Erlanger, como resposta-pavor a subida de audiência da Record, é um bumerangue epistemológico: voltou para o mesmo lugar. Em seu delírio paranóico comunicacional, sua tara hegemônica, a Globo não está preocupada com a igreja do Bispo Macedo, mas sim com a Rede Record. Como diria o insigne Mino Carta, o que até os minerais sabem. Tanto é que usou o imperativo, “chute na santa”, sabendo que os chamados evangélicos não acreditam em santo. Uma: “Se colar, colou”, e não colou. Só para a Folha. Sem querermos entrar no cerne teológico cristão, a Globo sabe que também é uma igreja. Seu corpo se sustenta em regras, credos, rituais, meios e fins, como todas igrejas que tratam do comércio sobrenatural, como diz o filósofo Nietzsche. Só que há uma diferença entre ela e as demais. Enquanto estas oferecem um produto que só se realizará após a morte, o paraíso, a Globo oferece o paraíso na terra proporcionado por seu deus maior: Capital. Tudo que, perversamente, estimula lutas fratricidas entre aqueles que desejam se apropriar dos objetos oferecidos em suas vitrines (nada cristã). Enquanto a vida reativa das igrejas cristãs diminui a potência de agir de alguns fiéis, levando-os a resignação (Nietzsche), a Globo, mais reativa ainda, usa essa resignação para lucrar. Faz uso da exacerbada semiologia consumista em sua programação (nisso vale usar signos destas igrejas) com o único “teológico” fim: alcançar o seu paraíso de existência inútil. A Globo não possui um único programa que demonstre o homem constituído de Sistema Nervoso Central e Razão. Tudo que oferece é produto da imaginação e superstição. Rastros terríveis de uma vivência assaltada. A imagética dos pessimistas. Por tal, só pode ser entendida fora dos postulados da Teoria do Conhecimento. Para ela o homem não conhece. Filo e ontogeneticamente, inexiste. Daí se acreditar que em meio aos festejos da Páscoa, a comunhão/passagem coletiva de Cristo, ela recorra à pedagogia de Arthur Neto e grite: “Dane-se! Da Páscoa só quero que ela me passe o lucro saído da comunhão coletiva!”.

Apesar da Globo, Feliz Páscoa a todos!

2 thoughts on “A TEORIA DO CONHECIMENTO DA GLOBO

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.