CHAVÃO ANTI-TEOLÓGICO DE BOLSONARO, “DEUS ACIMA DE TODOS” NÃO LHE PROTEGE E SEU PASTOR-EX-MINISTRO E CIA SÃO ENGAIOLADOS

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Deus é a Vida, e a Verdade, e a Justiça, imaginou Bolsonaro. Uma peça publicitária com Deus cola para ganhar qualquer eleição. Até ateu sabe dessa verdade capitalista-marqueteira. Então, bola pra frente. Ou melhor: Deus pra frente, na jogada. Vamos de “Deus acima de todos!”. Nenhum pecador cheio de sentimento de culpa resiste. Para isso existe a imaginação esperta e calculista. Sem Deus ninguém ganha eleição. Principalmente em um país como o Brasil que se diz ser a maior população cristã, apesar de votar em quem não pratica seus princípios teológicos.
Então, o chavão anti-teológico se espalhou e se esbaldou e poucos perceberam que se tratava mais de uma marketing profundamente ateu, porque Deus não se encontra acima de ninguém. Ele se encontra condensado no mundo como potência criativa. Mas fazer o quê com otário? Otário é para ser otarizado, disse certa vez, debochadamente, o filósofo Zé da Zilda.
Assim, o quadro foi pintado e Bolsonaro muito crente, ou melhor: fervoroso que Deus estava compactuando com ele contra Ele próprio. Muito confiante com “Deus acima de Todos”, porque já era cercado de ávidos pastores, prova de sua sabedoria anti-teológica, fissurado no chavão “quem está com Deus nada de mal acontece”, indicou o pastor Milton Ribeiro, com arma e tudo para o Ministério da Educação. Com sua invejável inteligência ariscou: “Deus é a inteligência maior e quem é seu representante na Terra é tão inteligente quanto ele”. Ora, ora, bolas! O Miltinho é o cara certo para a pasta. E se Bolsonaro, fosse popularmente-musical, ainda cantava: “por onde Deus passa, nada, nada me embaraça”.
Só que embaraçou. A corrupção vaza por todos os lados. É visível para todos. Principalmente em Democracia. Apoiado pelo provérbio “Boto minha cara no fogo pelo Milton”, o Miltinho não contou desgraça: se regimentou com outros pastores de sua laia e mandou ver, imaginando: em nome da educação, tudo é educação. Não lembrou, que eles mesmo propagam para seus fieis, com o propósito de causar medo neles e faturar, que o fogo é coisa do tinhoso, do fute, do pés de cabra, do capiroto, do diabo, e que a “cara no fogo” dita por Bolsonaro era uma premonição: O couro vai queimar!
Não deu outra: Miltinho e sua laia foram presos pela Polícia Federal por corrupção. Prática que não existe no desgoverno de Bolsonaro, segundo ele propaga, mas que a população sabe que é prática praticada sem qualquer pudor e temor.
Diante das prisões ele pergunta, tentando dissimular, ou melhor: se colocar fora da parada, “Vai botar a culpa em mim?”.
Aproveitando o seguimento da teologia não-ortodoxa do filósofo José Alcimar, o filósofo Zé da Zilda manda uma lembrança teo-educacional para Bolsonaro sair do logro “Deus acima de Todos” e aprender com o dito da enunciação-teológica-medieval: “Credo quia absurdum est”. Tradução do latim para Bolsonaro aprender em português: “Acredito nisso porque é absurdo”.
Há dúvida se ele vai aprender, já que para a Democracia ele é um verdadeiro absurdo. Só não para os que o elegeram. Que em verdade, eram – ainda são – também absurdos para a práxis e poieses Democrática.