PEQUENO TOQUE FILOSÓFICO PARA ENTENDER AS ABERRAÇÕES QUE PERAMBULAM PELO BRASIL

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PRODUÇÃO AFINSOPHIA.ORG

 

  Certa vez, a filósofa Marilena Chauí, foi estacionar seu carro próximo a um banco e foi agredida por uma casal paulistano que pretendia impor sua vontade no estacionamento. A filósofa defendeu sua posição como cidadã, mas o casal queria levar de qualquer jeito vantagem sobre o fato por se sentir seguro como classe-elite. Então, acreditando que poderia ofender a filósofa (a filosofia jamais é ofendida), recorreu à sua linguagem de classe-predadora. Chamou a filósofa de velha. Ao que ela respondeu: “A velhice é natureza, mas a aberração, não”.

Marilene Chauí ao conceber o casal como aberração nos conduz ao entendimento do comportamento das aberrações que perambulam no Brasil atual. O conceito aberração é composto de dois corpus etimológicos latinos: ab e errar. Ab significa para fora. Errar leva ao entendimento de perambular. Mas não é possível entender o conceito de aberração sem relação a um corpo-contrário. Referência-constituída como diferente.

Quando se entende que a berração significa encontra-se fora, entende-se que ela não faz parte de uma realidade constituída. Peguemos o sentido-filosófico-político-popular de democracia. A democracia é o regime-político composto pelas potências dos homens e mulheres livres que se expressa na sua concretitude como Bem Com. Ou, Estatuto Civil de todos. A Substância-Política criada por si, é em si, para si. Ou seja: a democracia humanamente política de todos. 

Como é fácil perceber e entender, só faz parte da composição democrática quem atingiu os graus de racionalidade e sociabilidade necessários para ser elevado à dimensão-humana. Empatia-cúmplice-universal: humanidade. Como as experiências fenomenológicas do homem só ocorrem em uma objetividade definida como racional e social, caracterizando seus corpus internos motivadores das relações entre todos habitantes desta interioridade, só podem ser considerados democratas aqueles que sensível, intelectiva e eticamente aí produziram seu ser ontológico-histórico. 

Como a aberração é um estado de coisa fora em perambulação, ela não faz parte do corpus democrático. Como um ente do mundo fora, ela não imagina a existência da democracia, porque foi por si mesma, em si mesma, para si mesma, proibida. Alguém poderia afirmar: Então a aberração é uma patologia! Não. Por se encontrar fora do princípio de realidade humana, a semiótica-humana não pode classificá-la. Somente afirmar que ela escapa às designações-humanas. É certo que recorrendo ao filósofo Michel Foulcaut, através de sua obra As Palavras e As Coisas, se tenha a confirmação de que a aberração não tem lugar no inventário da linguagem-humana.

Assim, é total tolice se sentir afetado pelas expressões das aberrações que perambulam pelo Brasil atual. Não há nas aberrações qualquer signo-axiológico que expresse o valor-humano. Elas não se encontram sob a classificação da Antropozoologia, visto não se caracterizarem como animal-humano. Como também na Zoologia, por não poderem ser classificadas como um animal. O sentido predador delas, afirma que elas odeiam tudo que é vida.

A Amazônia violentada a fogo, afirma a inexistência de qualquer signo-vida nas aberrações.

Só uma filósofa como Marilene Chauí para nos fazer entender o sentido da aberração.   

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