ESVAZIAMENTO DE ATOS PRÓ-LAVA JATO APONTA PARA O FIM DO CASAMENTO ENTRE BOLSONARO E MORO

“Disseminou-se na classe política a impressão de que as cotoveladas entre Bolsonaro e Moro aumentarão e a relação se esgarçará até a inviabilidade”
Jornal GGN – Grupos realizaram atos neste domingo (25) em, pelo menos, 19 estados e no Distrito Federal. As manifestações foram marcadas contra o projeto de lei contra abuso de autoridade, aprovado pelo Congresso e à espera da sanção de Bolsonaro.
A adesão aos atos foi reduzida, em comparação com manifestações anteriores organizadas pelo eleitorado do presidente Jair Bolsonaro. Analistas apontam o esvaziamento se deu porque a família Bolsonaro não manifestou apoio direto às manifestações deste domingo.
A lei contra abuso de autoridade preocupa especialmente os principais nomes da Lava Jato. Em rede social, o ex-juiz responsável por julgar os casos da operação e atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, dialogou com os manifestantes.
“Sobre as manifestações de hoje, estamos atentos ao projeto de lei de abuso de autoridade e cientes da necessidade de preservar a ação de juízes, promotores e policiais contra a corrupção e o crime organizado. Vamos examinar com cuidado. Sempre alerta”, disse via Twitter.
Além de criticar o projeto contra abuso de autoridade, os manifestantes atacaram o Supremo Tribunal Federal e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Segundo informações da coluna Painel, da Folha de S.Paulo, a fraca adesão “aliviou a elite do parlamento, que classificou o lema das mobilizações como ‘contrário ao Estado de democrático de Direito’”.
Outro personagem que vinha criticando as mudanças que o projeto da lei de abuso de autoridade sofreu no Congresso, o procurador e coordenador da Lava Jato de Curitiba, Deltan Dallagnol, nem se manifestou neste domingo. Nos últimos meses ele se tornou alvo de críticas do núcleo radical bolsonarista.
A coluna diz ainda, que um político experiente de centro-direita “avalia que o esvaziamento dos atos” de ontem “indica que a máquina de mobilização a serviço de Sergio Moro, e ora de Bolsonaro, pode estar perdendo força”.
“Disseminou-se na classe política a impressão de que as cotoveladas entre Bolsonaro e Moro aumentarão, em público e em privado, e a relação se esgarçará até a inviabilidade. Se o ministro tem pretensões políticas, diz liderança da centro-direita, o timing da ruptura está passando”. Clique aqui para ler a coluna na íntegra.