Produção Afinsophia.

 O choro é um composto de corpos afetivos e biológicos. Chora-se como forma de liberação de um estímulo que incomoda ou alegra. Freud diria que há no choro elementos do princípio de prazer e de realidade. Geddel, como exemplo freudiano, chora no princípio de realidade por deixar o princípio de prazer-infantil que marcou seus percursos de homem escravo da baba, da bufunfa.

       Para Geddel tudo era prazer. Assim, como para todo corrupto. Freud (novamente?) diria que a corrupção por dinheiro é regressão anal, já que para ele o dinheiro é símbolo da merda. Em linguagem mais clássica, fezes. Ou em linguagem de criança, cocô. E a corrupção seria a forma simbólica do corrupto se sentir poderoso via bosta. Alguém perguntaria a Freud: e os que combatem a corrupção também são remetidos à fase-anal? Freud responderia que se esse combate for de forma compulsivo, sim, mas de forma retentiva. Pequena diferença dependendo do significado de justiça para os dois. 

        Daí que, com Freud ou sem Freud, com merda ou dinheiro, ninguém sabe por que Geddel chorou ao afirmar em audiência de custódia com o juiz federal Vallisney Oliveira, que conversou por mais de 10 vezes com a mulher do doleiro Lúcio Funaro, preso pela Lava Jato. Uma confissão que pega direto o seu comparsa Temer, o golpista-mor. 

        Quando Geddel ia às compras ele voltava saltitando de alegria. Agora, preso, ele chora porque encontra-se privado de suas idas e vindas das compras.

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