NOMEAÇÃO DE SECRETÁRIO EXPÕE GENÉTICA DIREITISTA DO PRESIDENTE REGIONAL DO PT

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A divulgação do nome do pedagogo Vital da Costa Melo para a secretaria municipal de trabalho na breve gestão de Amazonino Mendes expõe mais uma vez o PT/AM.

A indicação de Vital para os quadros de uma administração que não guarda rastro nem genotípico muito menos fenotípico com o PT foi bancada, segundo a imprensa, pelo presidente regional, Waldemir Santana. Santana é presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas e, pessoalmente, guarda uma semelhança com o prefeito eleito: também está no cargo através de medida judicial.

O próprio Santana, em depoimento publicado na imprensa escrita, teria dado mostras do seu entendimento seletivo do que seja assunto “particular” e “do partido”. Segundo ele, Vital não deve sofrer sanções por atravessar o abismo e abraçar uma administração da direita tradicional amazonense, já que quem foi convidado foi o indivíduo, e não o partido. Ao mesmo tempo, pretende enviar ao conselho de ética do PT o vereador José Ricardo, por ter desobedecido a orientação partidária de apoiar a candidatura de Carijó (PTB) à presidência da CMM. José Ricardo foi o único vereador que não votou na chapa do ex-prefeito tampão.

Interessante notar que Vital, que vai contra o estatuto e a posição histórica de oposição à direita tradicional pregados pelo PT, ao aceitar o cargo na administraçào brevíssima de Amazonino, não é visto como infiel, mas a ação opositora de José Ricardo, que se mantém praticamente como voz única (no plano numérico, é claro. Intensivamente, ele é muitas) destoante de uma câmara destra, deve ser processado pela administração de Santana.

Se fica claro até para o PT “Oh, My Darling!” que os interesses do PT e os de Amazonino não se conciliam nem mesmo na subalternidade carraspanática de Sinésio, Marilene Corrêa e iguais ao governo Braga, então só nos resta perguntar: que interesses terá Waldemir Santana em aproximar-se de Amazonino, através de Vital?

WALDEMIR, ESTRATÉGIAS DITATORIAIS E A FAIXA DE GAZA

Waldemir Santana aproveitou para afirmar que se o vereador José Ricardo quiser “guerra”, ao se opor à nomeação de Vital Melo para a administração breve de Amazonino, deve, palavras dele, “ir para a Faixa de Gaza”.

Segundo a Picanálise, um ato falho é a revelação, através de um ato ou fala inadvertida, das reais crenças e intenções do indivíduo, que o Consciente pretendia manter oculto, mas que é inconscientemente revelado. Diz-se dos atos falhos que são manifestações importantíssimas para que realmente conheça uma pessoa.

Ao afirmar que há uma guerra na Faixa de Gaza, Waldemir Santana revela duas verdades sobre si mesmo, que o aproximam genotipicamente da direita tradicional de Amazonino:

1 – Ignorância quanto ao fato de que uma guerra é o conflito de duas ou mais nações em condições de equilíbrio bélico e com um conflito mútuo. O que não ocorre na Faixa de Gaza, já que trata-se da nação invasora de Israel promovendo um massacre étnico. Revelação de que Waldemir, como sindicalista e como membro de um partido que representa os trabalhadores, é incapaz de realizar uma leitura de mundo para além dos clichês, capturado que está pela força midiática que pretende encobrir a violação de direitos humanos naquela região. O que dirá então, dos direitos trabalhistas, ele que é presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas em regime juridicamente especial?

2 – O (des)entendimento sobre o massacre em Gaza evidencia ainda o uso da palavra “guerra” para se referir ao massacre étnico naquela região. Palavra também usada pelo governo Clinton, nos anos 90, para se referir aos massacres étnicos na ex-Iugoslávia, também usada pelo governo Bush Jr para se referir às invasões do Afeganistão e Iraque, quando nenhum dos dois países declarou guerra aos EUA. Waldemir evidencia sua proximidade genética com a direita tradicional, aqui e lá, quando se apropria de uma palavra (como o fazem as ditaduras), esvaziando-a do seu movimento atômico e adequando-a a uma subjetividade de interdição/repressão do agir e dos direitos humanos. Paradoxal, para um presidente de sindicato.

Se os interesses de Waldemir Santana, presidente regional do PT e do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, passam por estas estratégias de ocultação do Real, caras à direita internacional, então não há dúvidas sobre a fidelidade do presidente. À Direita.

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