INVESTIMENTO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE EM VACINAS TERAPÊUTICAS E PREVENTIVA ANTI-HIV

São cerca de R$ 25 milhões que o ministério da Saúde estará investindo em pesquisas para tornar possível o desenvolvimento de dois tipos de vacinas contra o vírus HIV. Feitas principalmente por Universidades Públicas (como a UNICAMP e a USP), as pesquisas já estão sendo realizadas com o objetivo de desenvolver uma vacina terapêutica e outra preventiva.

O ministro José Gomes Temporão anunciou o investimento em pesquisas durante a abertura do 1º Seminário Internacional de Vacina Anti-HIV. Outros investimentos já tinham ocorrido no Brasil em 2006, quando R$ 5 milhões foram destinados para a pesquisa sobre vacinas contra o vírus HIV.

A assessora técnica do Ministério da Saúde, Cristina Possas, esclarece a importância da vacina anti-HIV terapêutica: “Se a vacina terapêutica não curar completamente o paciente, pelo menos ela poderá contribuir para que ele passe longos períodos sem a necessidade de tratamento anti-retroviral. Isso seria ótimo, porque esses medicamentos causam muitos efeitos colaterais, como a lipodistrofia e problemas neurológicos”.

Possas ainda diz que a vacina terapêutica, entre as várias fases que passa durante o seu desenvolvimento, há uma em que passa pelo teste nas células do paciente. E a preventiva possui três fases (pré-clinica, clinica e teste em voluntários). Atualmente o Brasil está na fase dois. Em países como na Tailândia, a vacina preventiva já está na fase de testes em voluntários.

A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), órgãos governamentais ligados ao Ministério da Ciência e Tecnologia, devem também participar das contribuições financeiras no projeto das vacinas contra o vírus HIV.

As vacinas são objetos de estudo de cerca de 23 países que constituem consórcios de estudo e recebem investimentos e contam com financiamentos internacionais. Estima-se, de acordo com o Ministério da Saúde, que seja cerca de US$ 1 bilhão que esteja sendo investido em pesquisas de vacinas contra o HIV em todo o mundo.

Mesmo com todo o avanço científico em prol de vacinas contra o vírus HIV, a luta contra o vírus do preconceito continua. A AIDS, para além de um vírus, demonstrou e vem demonstrando o quanto a questão é social e o quanto há de ignorância que ainda reforça mais a AIDS como uma patologia política. Contudo, continuemos acreditando em governos, como o Governo federal de Lula no Brasil, que lutam contra este vírus tanto no campo da saúde-científica, como no campo da saúde-sócio-política. Pois é bem como disse Herbert Daniel, “Estou vivendo com AIDS (…) Dessas coisas devo falar. Não por causa da doença. Nem mesmo por causa da morte (…) Afinal a questão é sempre a vida. No oposto do seu biológico”.