LULA SEQÜESTRADO POR URIBE
Historicamente, a liberdade corporal do homem como realização de sua vontade em movimentos livres em uma exterioridade ou desloca-se por si mesmo em espaços diferentes para confirmar seu modus ontológico de ser das distâncias, sempre foi cerceada pela força irracional dos tiranos. Aqueles que não suportam idéias diferentes das suas. Entretanto, há várias formas de tiranias que obstruem a liberdade espacial do sujeito tido como adversários. Na pré-história, tribos seqüestravam chefes rivais, quando não o matavam, fazia-nos prisioneiros. Sociedades antigas, com suas políticas-comercias expansionistas, seqüestravam homens, mulheres e crianças. Alguns transformavam a terra dominada em colônia ou cidades-estados. Os gregos seqüestraram, os romanos, e tantos outros. Até a filosofia teve seu tema seqüestro: O filósofo Cícero que foi transformado no cativeiro em mestre de tirano. Platão, semi-seqüestrado, foi ‘cativo’ do tirano de Siracusa, Dionísio. No noso casso telúrico, fomos seqüestrados pelos lusos, espanhóis, ingleses, americanos em nossa própria “pátria amada” . Muitas vezes com a aquiescência de muitos brasileiros.
O SEQÜESTRO DE LULA
Hoje, na pós-modernidade (sem nunca termos sido modernos), o seqüestro metamorfoseou-se. Há maridos que seqüestram suas esposas e chegam até a completar bodas de ouro de seqüestro. Esposas que seqüestram seus maridos, também uma bela bodas de ouro. Pais que seqüestram os filhos e vice-versa. Tevês que seqüestram telespectadores. Assaltantes que seqüestram aqueles que acreditam render um bom resgate. Candidatos que seqüestram eleitores. E por aí vamos seqüestrando. Mas de qualquer sorte, em qualquer forma, o seqüestro é sempre vil, cruel, e acima de tudo, covarde. Sempre sai de um impotente querendo impor sua impotência, como valentia , à vítima. Ou então, querendo tirar proveito de alguém importante para seus próprios objetivos.
É aí que entra a chamada relação diplomática entre os Estados Internacionais. É aí que a política da boa vizinhança se torna um palco para o seqüestro diplomático. O que acabou de acontecer com o importante Lula. Sabe-se, por seu estar no mundo, que Lula, por sua própria e singular vontade, jamais abraçaria e se envolveria com qualquer tirano. Ele é um democrata juntamente com o povo brasileiro. Mas eis que em razão da tal da política diplomática, foi seqüestrado por Uribe que o obrigou, hoje, a participar em Letícia, da “marcha pelos seqüestrados”. Logo, sendo na Colômbia, contra as Farcs que têm o seqüestro como uma estratégia de combate a ao tirania dos governos colombianos. Lógico que politicamente equivocada.
Então estava Lula, o democrata, seqüestrado, muito desconfortado. Não era para menos. Alem de Uribe, colado para tirar o máximo proveito de sua presença de importante Sapo Barbudo, tinha também, o outro tiranete de Bush, Alan Garcia, presidente do Peru. Mas era pouco. Para mostrar mais ainda a imposição da força diplomática seqüestrante, lá estava, também, colada a Lula (como é alienada, talvez não fosse para tirar proveito do nordestino-notável, tal mais por questão protocolar espacial), Shakira. A musa pop que como nossa Gretchen, canta pelos platôs dos tecidos musculares, conhecidos nas academias de malhação: glúteos.
Como diz o filósofo da obviedade que não há felicidade que dure sempre, também não a dor que seja eterna, para o bem de Lula, e do Brasil, o seqüestro foi relâmpago. E o pagamento do resgate foi logo recuperado. Sem diplomacia.