*….:: CHAGÃOZINHO EUROCOPA! ::.….*
Θ A força da movimentação extensiva, da correria que ia do ataque a defesa, em ambas as equipes, marcou tanto o confronto entre Croácia e Turquia, que fez com que o pânico de perder fosse o combustível maior da partida. Exatamente a definição do que é o futebol profissional, preocupado mais com a vitória e seus resultados mercadológicos do que com um futebol alegre criativo. Os dois selecionados foram tão rápidos em campo que acabaram por transformar a partida em um espetáculo de resistência física e velocidade. Esquecendo de embalar a Leonor em um futebol mais suave onde força e velocidade são apenas detalhes da alegria de compreender que, ganhando ou perdendo, o futebol é realizado na intensidade criadora do novo. Daí a caduca frase do técnico da seleção inglesa, Don Howe, de 1987, ter resumido esta partida e tantas outras que se querem (não conseguindo) como futebol arte: “Nunca poderá ser um bom jogador de futebol quem se sentir contente depois de perder uma partida”.
A partida precisou de 119 minutos para ser definida. Os guerreiros Otomanos, destemidos aniquiladores de Constantinopla, passaram os primeiros 45 minutos do embate sendo acossados pela Jovem Croácia. Embora ambos os selecionados tenham deixado bem claro seus interesses unicamente pelo resultado, a Croácia apareceu mais no primeiro tempo, tanto que logo aos 18 e 03 minutos meteram uma bola na trave do gol do arqueiro turco Rustu. Daí em diante um equilíbrio sóbrio pendulando entre resistência física e velocidade. E nada de gol durante o primeiro tempo. Já no segundo tempo os turcos apareceram controlados e mais na retranca. A Croácia, no entanto, retorna afoita pela vitória e reforça mais o combustível da partida, perdendo algumas chances de gol. Os croatas não contavam com o seu carrasco maior na partida, o goleiro turco Rustu. O arqueiro defendia o gol turco como um guerreiro otomano disposto a dar a vitória ao seu povo. Mas também nada de gol. Então a partida fez história inaugurando a primeira prorrogação do torneio centroeuropeo 2008. Nos primeiros quinze minutos a Turquia foi dominante. Impôs o seu jogo de ir pra frente e contar com a sorte. Algumas jogadas surgiram, mas os gols de ambos selecionados continuaram virgem sem terem suas redes aquecidas pela querida Leonor. Nos minutos restantes, o jogo indicava retomar a velha sobriedade do primeiro tempo e parte do segundo. Mas desta vez com os jogadores cansados, não mais podendo dispor inteiramente da força e da velocidade, davam seus últimos suspiros para a batalha. E a necessidade fez a ocasião. Cansados, os jogadores tiveram que perceber a partida de outra maneira. Então, Modric pegando a bola na linha de fundo da direita do gol turco, pareceu chamar o guerreiro arqueiro Rustu para uma batalha individual. Este parecia tonto do cansaço da batalha, a dúvida pairou sobre a sua cabeça, e sem saber se ia ou se ficava resolver ir e deixar seu posto livre. Modric cruzou a bola na direção de Klasnic que a empurrou com a cabeça para dentro do gol turco. Aos 13:43 minutos da prorrogação a Croácia abria a vantagem e fazia a bola acalorar uma das redes do estádio de Viena. O técnico guitarrista-metaleiro da Croácia pulou e correu com a sua equipe, já cantando as glórias da vitória. Mas não contava que a Turquia tinha vindo para o certame a fim de fazer tradição. Depois de vencer a Suíça e a República Checa nos minutos e acréscimos finais das partidas disputadas, fez valer a produção de sua tradição. Os 30 minutos regulares da prorrogação já tinham saído da temporalidade terrena e começava os acréscimos da prorrogação. Aos 16:04 minutos do quarto tempo da partida, Sentürk forzó, de fora da grande área, com a força que lhe tinha restado, fez a bola invadir o gol croata. Pênaltis. Aí, após o rápido descanso, os combatentes retomam a partida, uma vez que ela não pode ficar sem um termino e sem um vencedor e um perdedor. Então a Croácia inicia jogando a bola para fora; vem a Turquia e mete a bola pra dentro; de novo a Croácia e dessa vez marca; a Turquia e bola pra dentro; Croácia novamente e a bola é condicionada a ir para fora do gol mais uma vez; aí vem a Turquia e Gol; Croácia cobra o pênalti e… aparece Rustu para mostrar que a sua atrapalhada foi apenas uma indecisão causada pelo cansaço e defende o chute. Turquia então já se prepara para enfrentar os alemães comandados por Joachim Löw.
Croácia 1 (1) – (3)1 Turquia