CLINAMEN
___ oblíquas variações infinitas dos corpos ___
_______________especular__________reflexo______ incandescência___ “Não há superfícies bonitas sem profundidades assombrosas” nietzsche Quando ditas autoridades escolares se reúnem para tratar sobre educação, tudo é reduzido ao ponto tecno-financeiro. A educação não faz parte. Quando a sociedade expressa a dor coletiva, estas autoridades comentam seus planos tecno-financeiros como educação. NOVAMENTE A EDUCAÇÃO NÃO FAZ PARTE. O despeito; “Não guardo frios rancores, pois entre teus mil amores, eu sou o número 1” A conformação: “O importante não é ser o primeiro, mas está sendo” O incluído: “O que vale é ter sido amado” ___Não bastasse o cacto, me valeu o espinho! Já para mim, valeu a flor! O EU, falou para si: “Não encontrei meu amor onde combinamos” O NÃO-EU, falou à si: “Seu amor estava comigo”. ___________ A voz social diz que estas crianças morreram e estas foram mortas. A voz filosófica afirma que todas as crianças foram mortas pela exuberância do humano demasiado humano. “E lá vou eu nesta agonia levando a dor em minhas mãos. Cantando em prosas ou canções, feito ave cantadeira” Paulinho Pedra Azul ___________ ________________________________________O caricato jornalismo brasileiro, o fundamento da mídia seqüelada, torna-se mais visível no entrelaçamento com caricatos parlamentares. Estes, os promovedores e fortalecedores dos cadernos políticos vazios. Que é difícil encontrar um parlamentar disjunto do padrão vazio imprescindível a este jornalismo, se sabe, entretanto há raridades. Mínimas, mas há. MAS NÃO É PERCEBIDO PELOS ESCLEROFTALMOLÓGICOS MIDIÁTICOS, para quem seus olhos duros só vêem estereotipados como Arthur Neto, Agripino, Mão Santa, etc. Névoa visual causadora da ilusão democrática destes parlamentares. Assim como quase todos os cursos que nasceram empurrados pelas necessidades determinadas pelas classes dominantes historicamente, e nunca foram dialetizados, o curso de jornalismo só tem contribuído com seus egressos para o atraso na produção da democracia-devir. “História será ‘efetiva’ na medida em que ela reintroduzir o descontínuo em nosso próprio ser” Foucault ____________ _________________________________________Dizem que é uma história sinistra, terrível, tenebrosa, desumana. Dizem que bom seria que ao invés de história fosse estória. Seria mais fácil mandar para o mundo do faz de conta. Entretanto, dolorosamente, não é. Coisa de capitalismo antropofágico. Coisa meta-edipiano. Meta-freudiano. Mercado sem desejo. Mercado do lucro. Troca-alucinada. Desrealização virtual. Fim da imagem auto-referente. Imagem-virtual objetificada. Imagem-virtual vagante. Uma criança é morta. A IMAGEM VIRTUAL DA CRIANÇA É PERSEGUIDA DELIRANTEMENTE PELA TV-GLOBOA para ser exposta como mercadoria-mística do lucro. Suspeitos, pai e madrasta, aceitam participar do ritual tele-macabro do carrossel hipnogógico. Os tele-juízes-espectadores vociferam suas sentenças contra os supostos assassinos. O pai é oralmente executado pela pena capital. “Como pode! Um pai!” A mãe, também assediada pela Globo, aceita participar do carrossel tele-proto-patológico globalizado neo-liberal-obtuárico. O carnaval das imagens virtuais lança seus pontinhos luminosos. Os tele-juízes-espectadores não blasfemam. “Como pode! Até a mãe!” Quanto custa uma criança? Uma criança não tem preço! Tem! Não tem! Então, o que é que a Globo está comprando? Quanto custa uma filha morta a seu pai, sua madrasta e sua legítima mãe? QUANTO PAGA A GLOBO por tal filotanático ritual? Quanto valem os tele-juízes-espectadores mercadoria de troca passiva? Nada de dor. Nada de alguém ali sofre. NADA DE ALTERIDADE. Nada de nada. Só o nada. No mais puro vazio. Ausência final do outro. ______________________
“A alteridade arrastada volta sob a forma de ódio, de racismo e de experimentação mortífera. O Real apagado por seu duplo é um fantasma potencialmente perigoso”
Baudrillard