A VILA, O MOSQUITO-ATLETA E O GOVERNO ESTADUAL

Esta semana, o Bloguinho Intempestivo visitou as instalações da Vila Olímpica de Manaus, e fotografou a propalada articulação interdisciplinar e o choque de gestão do governo ambientalista do guerreiro Eduardo Braga

A Vila, que foi construída para abrigar centros de referência e preparação de atletas de alto rendimento, atualmente pode ser vista como um indicador da inapetência na gestão esportiva e da dificuldade de compreensão do chamado poder público Estadual. Mais: é efetivamente um risco à saúde pública.

O ATLETA AEDES AEGYPTI TREINA NA VILA OLÍMPICA

Na visita, este Bloguinho flagrou diversos pontos de água parada, de onde devem sair revoadas diárias de Aedes Aegypti. E o Hospital Tropical fica bem em frente.

O (des)entendimento do governo quanto à administração dos bens públicos ultrapassa o mero desperdício de verbas, mas envolve a questão da impotência governamental em animar a criação de linhas de comunalidade. Apenas com a falta de conservação e o mau uso da Vila Olímpica, o governo evidencia a sua ausência de entendimento sobre a produção de políticas públicas para o esporte, lazer, passando pela saúde pública, educação e saúde pública.

AS PISTAS DE SKATE

Na foto acima verificamos o lixo acumulado na pista, incluindo uma lata de tinta abandonada, e com água, não se sabe se da chuva, mas que é berçário para o mosquito da dengue. Abaixo, o lixo ao redor e o estado de conservação das pistas.

Segundo um papo com alguns skatistas que estavam no local, a pista está imprópria para o uso, mesmo que seja feita a limpeza do local. Acontece que a lateral da pista, que possui uma armação de metal, para que se possa diminuir o atrito do skate ao fazer as manobras na borda, está enferrujada e, devido ao desgaste natural, exposição às intempéries e falta de manutenção, está solta em algumas partes e danificadas em outras, o que é um perigo aos praticantes. Impossível, portanto, usá-las. Resta aos praticantes do esporte, que criaram uma associação, usar a pista da Ponta Negra, a qual, segundo o skatista, foi consertada mediante cotização deles próprios, e cuja manutenção é de responsabilidade da prefeitura. Para quem não é da associação, ou não pretende entrar na competição para usar a única pista pública para todos os skatistas manoniquins, resta usar uma pista particular, que é alugada, na Praça XIV.

ENQUANTO ISSO…

Ao mesmo tempo em que o Hip-Hop esquentava as pick-ups e os skatistas conversavam com o Bloguinho Intempestivo, o secretario da SEJEL, Lupércio Ramos, passeava tranquilamente pelas dependências da Vila Olímpica, talvez olhando os B’Boys e B’Girls, se expondo ao risco, talvez inconscientemente desejado – ah, velhos tempos! – de uma picadura de mosquito.

Enquanto centros como a Vila Olímpica servem à disseminação de doenças, o marketing do governo continua vendendo a imagem da Manaus do futuro, de uma cidade com segurança, educação, saúde, lazer e meio ambiente. Você acredita?