!!!!! O MUNDO É GAY !!!!!
UUUUUUUUUIIIIIIIIIIII!!!!!!!!
Mais sucessão que esta coluna no Bloguinho Intempestivo, só mesmo o Lula e o Candomblé/Umbanda! O que deve causar arrepios de inveja na direitaça que não sabe o que é ser gay. Se é que eles ainda conseguem se arrupiar, né, meu bem?
E um amigo que estuda numa escola pública do centro da Manô comentou sobre o professor dele, que tem “bronca” com os estudantes homoeróticos. Na sala de aula, conta quantos “gays” tem, e expõe estes alunos a situações vexatórias. Dia desses, conta esse amigo, ele mandou que um estudante levantasse e exigiu que ele, antes de sentar, explicasse “por que é gay?”. Coisa de gente limitadíssima intelectualmente e afetivamente. Somente alguém que tenha um bloqueio fortíssimo resultante da repressão corporal e incorporal dos signos que são adesivados ao corpo pode se incomodar com outro a ponto de sentir nele uma ameaça à própria existência. Insegurança sexual, meu bem. De quebra, percebe-se que jamais educação e limitação cognitiva podem andar juntos. Quero ver se algum dia um aluno alegre devolver a pergunta ao professor-ressentido: “E o senhor, por que não é gay?”. Ele não pode, meu amor, se pudesse, não seria tão limitadinho, tadinho…
E agora vamos ver os sopros gayzísticos (ou não) que passaram no nosso Mundico!
Φ O governador do Rio Maravilha, o PMDBista Sérgio Cabral, de vez em quando acerta. Esta semana, ele entrou com um pedido junto ao STF para que sejam imediatamente reconhecidos os direitos garantidos no Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado também aos casais homoeróticos. Significa, na prática, a abrangência dos direitos e benefícios dos servidores aos companheiros e possíveis dependentes da relação, como já é reconhecido aos casais héteros. Belíiiiiiiiisssssima atitude do governador. Ponto para ele, que pode até estar querendo arrebanhar uns votinhos no fim do arco-íris, mas que a atitude é necessária, isso é. Sentiu a brisa, Neném?
Φ Outra que deixou o Gay World em Pol-Vo-Ro-Sa! O SUS, meu amor, agora vai tratar pela alcunha escolhida os gays, lésbicas, trans, bis e pluris que decidirem adotar um nome “pra ser seu”. Então, nunca mais o Raimundo, lá da Be-Bêtânia, zona sul da Manô, vai precisar ficar vermelhinho de vergonha quando a enfermeira for chamá-lo, por que ela – se respeitada a Carta dos Usuários do SUS – deverá se referir ao Mundico como Luna Del Rio Negro, ou simplesmente, Lú. Falta só a dona Radiele parar de se preocupar quando a Lú usa o banheiro feminino no posto de saúde… Um nome, meu bem, se conquista, não se ganha. Só se tem um nome, dizem os filosofantes Deleuze e Guattari, através do exercício da despersonalização, quando os processuais de existência desembocam no mundo como singularidade. Ai!, que coisa linda, chega dá arrupeio! Embora ainda não se vejam avanços com relação, por exemplo, à operação para mudança no órgão genital, na parte do tratamento, da psicologia e da cidadania GLBTT, o SUS é o mácssimu! Sentiu a brisa, Neném?
Φ A prefeitura de Porto Alegre está promovendo uma série de atividades para comemorar o Dia Internacional da Mulher. Dentre elas, as tradicionais homenagens e condecorações, que as instâncias do chamado poder, para tentar compensar o vazio que ele é, procuram fazer para fortalecer a ilusão da existência. Mas não é que no meio do lezeiral gaúcho de Yedinha e Fogaça, o poder público deu uma dentro? É que no meio da mulherada, as ditas fêmeas, porque carregam os genes e o aparelho genital feminino, homenagearam também Marcelly Malta, presidenta da Associação dos Travestis e Transsexuais do Rio Grande do Sul, da ANTRA e presidenta do Conselho Municipal dos Direitos Humanos. Detalhe óbvio que nem precisava ser sublinhado, é que Marcelly é mulher, mas não é fêmea. Abalou, fresca! Como diria uma amiguíssima desta coluna, que de vez em quando não segura e desmunheca, e soltou a seguinte pérola na Parada Gay Manaus 2007, respondendo a um amigo entesãozado por uma ninfeta que sumiu na multidão, cuja identidade-gênero lhe era desconhecida: “ela é mulher sim, e mais que as outras, posto que escolheu sê-la”. Sentiu a brisa, Neném?
Φ Não se assusssstem, meninas/os, vocês não caíram por engano na coluna futebolística ‘Chagão!’ não, continuam nos embalos eólicos “d’O Mundo é Gay”. Mas é que essa pauta estava mais para nós do que para eles. O presidente da FIFA, Josef Blatter, disse numa entrevista: “Existe homossexualidade no futebol”. Lóooooooogico, nêga! Ôxe, descobriu a pólvora e se queimou, a mona ressentida. Claro, o futebol é homoerótico, meus bens! Já dizia o príncipe barbudo da Baviera, o charuteiro Freud: a amizade entre os homens é erótica, homoafetiva. O homoerotismo – palavra que Freud e a psicanálise não dominaram – transborda ao ato sexual. Ou como diria o Roberval, manicure, baladeira GBLTT e centro-avante peladeiro do campo do Roma: por que outro motivo 23 homens (22 + o árbitro) se enroscariam por 90 minutos tendo a bola como efêmera justificativa, senão por amor? A homofobia – que não se reduz ao futebol – que entra em campo é resultado das clivagens no corpo pela subjetividade do capital, transformando o corpo-sexo em objeto-sexualidade, mercadoria para o consumo. Sentiu a brisa, Neném?
Φ E enquanto os rebeldes fabricados Rolling Stones aceitaram ordeiramente a censura imposta pelo governo chinês aos artistas que lá apresentam suas obras, a cantora islandesa (gatíssima e ícone-gay) Björk Gudmundsdottir aproveitou o show no país dos olhinhos puxados para protestar. No meio de uma música, ela gritou: “Tibet!”, numa clara referência à luta política pela independência do Tibet, assunto proibidíssimo naquele país. Também cantou uma de suas músicas que foi marcada pelos censores. O governo, através do seu ministro da cultura, já tomou a voz do povo (como se isso fosse possível!) e afirmou que “o povo chinês não considera bem vindo este tipo de artista”. Você mesmo, leitor/a intempestivo/a, pode conferir aqui se o som da Sra. Gudmundsdottir é bem vindo ou não, mas o que conta é que o mundo em que Björk vive tem mais cor e alegria, que lhe permitem não se tornar passiva diante de situações de opressão. Já os Stones… Sentiu a brisa, Neném?
Beijucas, até a próxima, e lembrem-se, meninas/os:
FAÇA O MUNDO GAY!