50 NOMES E 1 RANCOR
De acordo com a Ecosofia, a Vida não é um predicado oriundo de um sujeito enunciante de uma semiótica demarcadora. Um território global estriado em territórios outros, com funções outras, sintetizados em Meio Ambiente. Topos das conjunções do mítico/místico e o capital. A bio-diversidade matemática. O percentual das perdas e ganhos ambientais. Ao contrário, a Vida se movimenta como Univocidade do ser. Acontecimento de todos, atópico em suas individuações, impessoalidades e disjunções ontológicas. Portanto, o Acontecimento multiplicidade intensiva como nosso querer e nosso colocar como representação infinita. Nada de pessoal e finito. Nada de “não me preocupo com o meio”, e nada de “me preocupo com o meio”. Todos são carregados pelo Acontecimento Vida que nos apanha como nossa vontade. Como nosso espírito vivente. Daí, que alguns enunciam 50 nomes como responsáveis pela salvação do planeta errante, Terra. Daí, que se entende que não se trata de uma enunciação matemática/quantitativa: 50. Mas uma enunciação saída da análise da oralidade financeira/tecnológica com sua sanha paranóide sempre alucinada em um futuro ameaçador: capital/predador. O que traduz o entendimento de que o 50, dada as posições política intercomunicacional que cada um dos 50 desempenha na rede coletiva-mundo, não se resume a número. E sim signos/potências de seus povos que como práxis ecosófica perpassam como entrelaçamentos produtivos da comunidade humana. E não a crença de que 50 heróis salvarão a terra.
1 RANCOR
Mas eis que o espertinho jornalista, Heitor Cony, assim entendeu. Envolvido pela subjetividade rancorosa, o funcionário da mídia sequelada, acreditando que determina opinião pública, mostrou sua contrariedade ao anúncio dos 50. Em seu humor-bílis aristotélica/lombrosiana relacionou os 50 aos heróis de quadrinhos, Gordon e Super-Homem, como salvadores do planeta da kriptonita. Firme demonstração de que seu dito jornalismo político, que ainda garante sua ilusão digestiva, não passou de um blefe. Pétreo rancor de quem o sopro da quietude da velhice não foi cultuado como dádiva ontológica. Ausência que o coloca no mesmo pedestal circular onde se encontram fincados os ressentidos Fernando Henrique, Agripino Maia, Clóvis Rossi, Boris Casoy…, os para quem a velhice não é uma subjetividade de composição de encontros singulares cujos corpos/afectos/quietude afirmam a vida como produção contínua das “comunidades, que libertam as relações e determinam a alegria”, como mostram Toni Negri, Antônio Cândido, Oscar Niemeyer, Hélio Bicudo, Dona Maria da Glória, entre outros e outras. Como este bloguinho intempestivo acredita, juntamente com os estóicos, que o incorpóreo, no caso em questão, o afeto-rancor, é efeito/mistura de uma causa/corpo/mistura, seria bom se é que lhe interessa o bom, que Cony desse uma passada no blog Portal do Envelhecimento para sentir como a vida é tratada com leveza e alegria. Quem sabe não ocorre a disjunção da mistura corporal que faz predominar em si o rancor, e então, o incorpóreo, afecto/alegria, se liberte e, assim, passe a ter novas percepções e consequentemente amor ao mundo. Não precisa nem reconhecer Lula, basta amar o mundo.