O GRITO DOS INCLUÍDOS
O Grito dos Excluídos é uma produção da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) conjuntamente com grupos de base e entidades envolvidas com as análises das condições econômicas e sociais dos menos atingidos pelas políticas sociais do estado. Aqueles que em razão da conjuntura social estão excluídos dos seus direitos constitucionais. As classes onde não chegam emprego, moradia, saúde, escola, saneamento, transporte coletivo digno, segurança, etc. Sua prática de visibilidade social ocorria no 7 de setembro, logo após os desfiles militares e escolares, para que o público presente percebesse esta realidade econômica e social e então fizesse uma reflexão sobre o conceito de independência. Com o passar dos anos o GE se desligou dos desfiles e seguiu seu próprio itinerário, bradando seu grito nos bairros pobres. Sempre com a presença dos religiosos, representantes das comunidades e, de quebra, um espécime raro: o “indignado político”. Ou melhor: o parlamentar, o candidato, ou o pretendente a cargo oficial que viam no GE uma grande catapulta para preservar e atingir seus fins, posando de engajados na luta contra a miséria. Por tal, se tomavam também como excluídos. Hoje, compondo o único partido que materializa a força dos governos municipal e estadual, cujas políticas públicas são contrárias às necessidades da maior parte da população, já não gritam mais como excluídos. Gritam, seguros e bem nutridos, como incluídos no corpo que sempre objetivaram: a ilusão do poder. Daí que a presença deles no dia 7, a data do evento, na Zona Leste, ecoará como o grito do escárnio contra a ética/democrática dos que continuam excluídos como sujeitos/sujeitados pelo irracional. O que não é cristão.
Todo mundo sabe/todo mundo vê
Que tenho sido amigo da ralé da minha rua
Que bebe pra esquecer que a gente
É fraca
É pobre
É vil
Que dorme sob as luzes da avenida
É humilhada e ofendida pelas grandezas do Brasil
Belchior
OS INCLUÍDOSxCONCLUÍDOS
Nesta quadra festivo-patriótica vários personagens de nossa política tentam se incluir em movimentos populares, para se tornarem mais visíveis, principalmente próxima de eleições. Eles participam de todos os eventos possíveis onde o populus esteja, para com a aproximação da massa possam ficar em sintonia com os desejos e anseios dos futuros eleitores, mas eles esquecem que essa jogada, já é mais manjada e conhecida do que a posição de arriar o barro, pois a população já está sacando a cascata que esses indignados-estagnados-generosos de plantão sempre tentam ex-pertamente aplicar no povão. O defensor dos oprimidos já não cola mais, todo o jogo de cena desfez-se diante daqueles, que um dia acreditaram na defesa dos excluídos e hoje não passam de incluídos de uma estória mal concluída.
El chavo