LULA DEFENDE MULTILATERALISMO E CRITICA “INÉRCIA MORAL” SOBRE GAZA

0
54878264759_96c715d683_c-768x512

Em visita à Malásia, presidente afirmou que tarifas não podem ser usadas para coagir países e pediu reformas na governança global

Por Tatiane Correia, jornalista e escritora

Resumo da notícia ​
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou uma visita oficial à Malásia, a convite do primeiro-ministro Anwar Ibrahim. Esta foi a primeira visita de um presidente brasileiro ao país desde 1995.

O encontro marcou o fortalecimento das relações bilaterais, com a assinatura de sete instrumentos de cooperação em áreas como ciência, tecnologia, semicondutores, tecnologia da informação e agricultura, além da abertura de seis novos mercados a produtos brasileiros.

Em entrevista à imprensa, Lula destacou que a relação do Brasil com a Malásia “muda de patamar a partir de hoje” e defendeu uma agenda global pautada no humanismo, paz, livre comércio e combate ao protecionismo.

Ele ressaltou a importância de fortalecer as instituições multilaterais e de construir um mundo diferente, mais justo e cooperativo, citando o papel do Brasil e da Malásia nesse esforço.

Defesa do multilateralismo e críticas à inércia

​Ao longo da viagem, Lula fez críticas à guerra em Gaza, classificando como genocídio, e defendeu com veemência a criação do Estado Palestino.

Ao receber o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Nacional da Malásia, o presidente brasileiro destacou que as comunidades universitárias “têm elevado suas vozes contra a brutalidade do genocídio em Gaza e contra a inércia moral que impede até hoje que o Estado Palestino seja criado”.

O tema foi destacado dentro da defesa do Sul Global, no qual Lula também ressaltou a necessidade de justiça social, multipolaridade e distribuições econômicas mais equitativas para os países do Sul.

“O BRICS é ator fundamental na luta por um mundo multipolar, menos assimétrico e mais pacífico. A defesa de uma ordem baseada no diálogo, na diplomacia e na igualdade soberana das nações está no cerne da proposta brasileira de reforma das Nações Unidas”, apontou Lula.

O presidente brasileiro também afirmou que o aumento de tarifas no comércio global não pode ser usado como mecanismo de coerção. “Nações que não se dobram ao colonialismo e à dicotomia da Guerra Fria não se intimidarão diante de ameaças irresponsáveis”, disse.

Tatiane Correia

Jornalista, MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo. Repórter do GGN desde 2019.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.