O encontro marcou o fortalecimento das relações bilaterais, com a assinatura de sete instrumentos de cooperação em áreas como ciência, tecnologia, semicondutores, tecnologia da informação e agricultura, além da abertura de seis novos mercados a produtos brasileiros.
Em entrevista à imprensa, Lula destacou que a relação do Brasil com a Malásia “muda de patamar a partir de hoje” e defendeu uma agenda global pautada no humanismo, paz, livre comércio e combate ao protecionismo.
Ele ressaltou a importância de fortalecer as instituições multilaterais e de construir um mundo diferente, mais justo e cooperativo, citando o papel do Brasil e da Malásia nesse esforço.
Defesa do multilateralismo e críticas à inércia
Ao longo da viagem, Lula fez críticas à guerra em Gaza, classificando como genocídio, e defendeu com veemência a criação do Estado Palestino.
Ao receber o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Nacional da Malásia, o presidente brasileiro destacou que as comunidades universitárias “têm elevado suas vozes contra a brutalidade do genocídio em Gaza e contra a inércia moral que impede até hoje que o Estado Palestino seja criado”.
O tema foi destacado dentro da defesa do Sul Global, no qual Lula também ressaltou a necessidade de justiça social, multipolaridade e distribuições econômicas mais equitativas para os países do Sul.
“O BRICS é ator fundamental na luta por um mundo multipolar, menos assimétrico e mais pacífico. A defesa de uma ordem baseada no diálogo, na diplomacia e na igualdade soberana das nações está no cerne da proposta brasileira de reforma das Nações Unidas”, apontou Lula.
O presidente brasileiro também afirmou que o aumento de tarifas no comércio global não pode ser usado como mecanismo de coerção. “Nações que não se dobram ao colonialismo e à dicotomia da Guerra Fria não se intimidarão diante de ameaças irresponsáveis”, disse.