É uma injustiça do país julgar um homem como eu”, afirmou o senador Sarney, Presidente do Senado da República, entre tantas afirmações em defesa de sua honra política e sua dignidade pessoal. Acusado de possuir parentes, entre neto e sobrinha, nomeados para ocupar cargos públicos legislativos através do recurso dos atos administrativos secretos. Atos ilegais.

Com quatro meses na Presidência do Senado, Sarney diz que não conhece atos administrativos secretos, mesmo com 50 anos de vida política, a maioria servindo aos esquemas da ditadura como grande força no Nordeste, assim como o baiano Antônio Carlos Magalhães, vulgo “Toninho Malvadeza”, seu amigo ideológico.

Ainda se defendendo em um discurso, para alguns, nada convincente, Sarney, afirmou que a “crise é do Senado”. Tudo aconteceu antes dele tomar posse. Mas que ele está tomando as providências cabíveis para arrumar a Casa. Tudo sem pressa, como é de seu estilo. Só que seus opositores estão contra-argumentando que quatro meses já é tempo suficiente para saber da situação ilegal de seus parentes, e não precisar que a imprensa viesse a público manifestar o que se encontra ocorrendo no Senado.

A MÍDIA QUER SARNEY PARA PEGAR LULA

É sabido daqueles que conhecem, pelo menos um pouco, da história política do Brasil que o senador Sarney é daqueles políticos que para se sentir seguro vai se insinuando no lado em que a maré política está em fluxo. Em linguagem popular: sempre se dando bem. Quem conhece o estado do Maranhão, onde ele foi durante décadas senhor feudal, responsável por um profundo atraso político-econômico-social que manteve este Estado onde nasceu o poeta-ecológico Gonçalves Dias ,aprisionado nas estruturas mais retrógradas do latifúndio-colonial, como poderia dizer Gilberto Freire, sabe que a auto-imagem que Sarney pretende refletir para a sociedade brasileira é pura criação do conceito de si mesmo fundado em corpus narcísicos destituídos de elementos exteriores. Mas deixando Sarney fora das acusações, é preciso prestar atenção a um fato que salta destas publicações jornalísticas sobre o Senado.

Ora, sabe-se que o Senado não é o Sarney. O Senado é uma fundamental instituição republicana democrática do Estado Brasileiro. E, como Corpus Político Social, tem imensurável implicação nos atos da sociedade. Entendendo-se que seu enfraquecimento afeta diretamente a condução do movimento político do Estado Brasileiro conduzido pelo governo do momento. E, no caso atual, é o governo de Lula, a quem a mídia retrógrada está mais interessada. Que longe de querer preservar a ordem moral do Senado, pretende atingir o governo Lula. Mesmo que para isto tenha que colocar na pira de sacrifícios um de seus membros diletos: senador José Sarney. Grande amigo dos Civita, Marinho, Frias, etc.

É mais do que fundamental para a democracia que o Senado seja justo em suas ações gerais, mas não é isto que a mídia retrógrada pretende. Ela pretende é fazer o alarido pernicioso para atingir o governo federal. Em firme demonstração que já está em campanha pró-Serra. Mas Lula entendeu a artimanha midiática, por isto pediu mais severidade quanto às publicações contra o Senado. E a quem interessa. O país quer a democracia real, mas ele não pode ser confundido por Sarney com as publicações da mídia, sua fiel companheira.

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