SUPOSTA EXPLOSÃO DE BOMBA NA SEDE DA POLÍCIA FEDERAL EM MANAUS – ATUALIZAÇÃO
Em 27/02, às 21:00: Segundo as primeiras informações divulgadas, teria ocorrido a explosão de uma bomba na Superintendência da Polícia Federal em Manaus hoje à tarde, por volta das 17:20h. Chegou a se cogitar em um atentado. No entanto, as novas notícias dizem que na verdade foi um cilindro que explodiu, matando o perito da polícia federal Antônio Carlos de Oliveira e deixando outros quatro feridos. Segundo as novas informações, os presos que se encontravam provisoriamente na sede da polícia federal (onde também estava o Moa) foram levados para o Instituto Penal Antônio Trindade, no km 8 da BR-174, rodovia que liga Manaus a Boa Vista (RR). Este bloguinho intempestivo estará atento a novas informações.
ATUALIZAÇÃO: PORQUE A IMPRENSA DÓCIL INSISTE EM ACIDENTE QUANDO A PRÓPRIA PF NÃO DESCARTA ATENTADO?
Às 13:00H: segundo a Agência Brasil, o presidente da APCF (Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais), Octávio Brandão Caldas Netto, a explosão do cilindro no laboratório do setor técnico-científico da superintendência da PF em Manaus ainda não tem causa definida, mas ele não descarta a possibilidade de ter sido orquestrada: “Pelo que fui informado, o cilindro que explodiu havia despertado suspeitas de funcionários dos Correios de Manaus. Eles o furaram e encontraram um pó. Realizaram então, como é de praxe, um teste preliminar para identificar cocaína, e o resultado foi positivo. Em seguida encaminharam o cilindro à Superintendência da PF no estado”.
No entanto, o jornal A Crítica, edição de hoje, parece já ter feito a perícia. A nota localizada na capa da edição deixa claro que foi um “acidente”. Quem se dignar a ler a matéria feita pelas jornalistas Maria Fernanda Souza e Joana Queiróz, no entanto, verá que nenhuma das possibilidades foi confirmada, ou descartada. A própria nota oficial da Polícia Federal não define a causa da explosão. No entanto, para o leitor incauto (ainda haverá algum?), o acontecimento passa sem o crivo para além da banalidade, ainda que o ex-policial Moa, peça-chave no inquérito sobre a morte do traficante Bebeto, no qual está – segundo a polícia – envolvida a família Souza (Wallace Souza, irmão do vice-prefeito, e seu filho, Rafael, este indiciado por tráfico de entorpecentes, homicídio e porte de arma), tenha sido, com o incidente, transferido para o instituto penal Antonio Trindade, perdendo portanto a proteção da PF.
Não se questiona também o fato da explosão ter ocorrido com um experiente perito, que dificilmente cometeria um erro fatal, manuseando material explosivo. A questão real, no caso da imprensa, é saber se as omissões e precipitações são resultado de insuficiência intelectiva para fazer tais questionamentos, ou a tradicional docilidade quando o assunto é abordar acontecimentos envolvendo autoridades locais.