JUÍZA É HOMENAGEADA POR AMIGOS DE AMAZONINO
Enquanto a chamada elite (massa) crítica de Manaus, detentora de acervo intelectual acima dos simples ‘analfabéticos’ mortais, composta de intelectuais, professores universitários, artistas, religiosos, profissionais liberais, educadores, etc, se mantém indiferentemente omissa, protegida em seu silêncio dos indecentes, em relação à sentença histórica telúrica promovida pela Juíza Maria Eunice Torres do Nascimento, que cassou a candidatura de Amazonino Mendes (PTB) à prefeitura de Manaus mais seu vice, Carlos Sousa (PP), os amigos do ex-prefeito e ex-governador, Amazonino, tecem homenagem a magnânima magistrada Juíza produtora de novas percepções e compreensões jurídicas no Amazonas.
SUAVE TÉCNICA DE HOMENAGEAR QUEM MERECE
O filósofo Nietzsche disse: “A inimizade é outro triunfo de nossa espiritualização. Consiste em compreender profundamente o que se ganha tendo inimigos; em suma, em agir e discutir de modo contrário ao que se agia e discutia antes.” Infere-se de Nietzsche que os inimigos nos são importantes. Auxiliam-nos a movimentar a Vontade de Potência. Enfraquecem o pessimismo ontológico que tanto empurra para passividade o chamado homem de bem, como o indignado-imóvel. Como são sempre a negatividade, o Não, deles recebemos móbeis excitantes, já que sempre se manifestam sem atinarem apara suas reações (como niilistas, são sempre reações, jamais ações).
Observemos as performances dos amigos de Amazonino homenageando a Juíza. Algum blogueiro pode levantar a decepção: “Mas eu não me dou com nenhum amigo de Amazonino, como ver a homenagem?” Devagar com a democracia que por enquanto ela ainda corre perigo. Não se decepcione. Atente para esta conversa de uma servente com um professor, em uma escola do município. Ela (eleitora de Amazonino): “Professor, o senhor já viu como o (o nome do apresentador do programa miserabilizante) está diferente? Não está mais valentão, cheio de coragem.” Professor (engajado): “Não. Não conheço ninguém valente na comunicação amazonense.”
Você pode assistir ao vivo e a cores, ou ouvir alto e em “bom” som essas homenagens. Veja na TV, nos programas miserabilizantes, como seus apresentadores, amigos de Amazonino, estão se apresentando. A irracional prepotência e a arrogância foram substituídas pela dor, o pesar, a tristeza. A perspectiva da cassação se tornar definitiva deixou-os cabisbaixos, macambúzios, nada do que eles carregam quando se sentem por cima do jaraqui frito. Quando estão sob a força tirânica da ilusão da superioridade. Próprio dos inseguros, dos vazios, elementos de produção dos fatores antidemocráticos.
Não tem TV? Ligue o rádio nos programas disfuncionais. É um tal de “se os advogados de defesa encontrarem uma brecha no relatório da Juíza, então…”, um tal de consulta a juízes aposentados: “Excelência, será que vai ser cassação definitiva?”
Não esquecer os jornais reacionários, com suas matérias sugestivamente homenageadores: “Amazonino recorre…” Recorrer de uma decisão de uma juíza, nesse caso, é um enaltecedor tributo a quem merece. “Amazonino viaja para Brasília com seu secretário de finanças.” Tributo além da manchete.
Nós poderíamos agradecer essa homenagem à juíza, mas não vamos, porque é mais do que justa. É a clara demonstração do fluxo imaterial mutante da Lei, expressada no corpo e na mente desses amigos de Amazonino.
Se a dolente elite ainda sentir um tênue sopro em seu animismo, seria bom usá-lo para aplaudir a magna homenagem da direitaça à Juíza Maria Eunice Torres do Nascimento.