*……….::::: CHAGÃO! :::::……….*
“Quien quiera entender como funciona el mundo deberá entender el fútbol”.
Roberto Perfumo (ex-jogador argentino).
CHAGÃO PERGUNTA
O ‘Chagão!’ quer saber: Você sabe qual a origem do apelido da seleção brasileira, “canarinho”? Resposta: Após a fragorosa derrota para os uruguaios em 1950, a CBD, precursora da CBF, resolveu trocar o uniforme do escrete brasileiro, que era predominantemente branco com detalhes em azul, para um que exaltasse as cores da bandeira brasileira. Em parceria com o jornal Correio da Manhã, fez um concurso de uniforme para jovens designers, que à época, claro, não se chamavam assim, e venceu o gaúcho, meio brasileiro, meio uruguaio – coincidência? – Aldyr Garcia Schlee. Do alto dos seus 19 anos, ele fez o uniforme que marcaria o selecionado brasileiro no imaginário popular do mundo, fazendo a camisa amarela com detalhes em verde mais famosa que a própria bandeira nacional. Curiosamente, Schlee torce mais pelos charruas que pelos brasileiros, e embora tenha ciência da importância histórica do seu desenho, prefere as cores azul e preto do uniforme celeste.
CONTA OUTRA, LEONOR!
Sem muito texto, aproveitamos o tema da pergunta chagânica e reproduzimos aqui uma entrevista feita por Ana Maria Acker, do ClickRBS, com o criador da camiseta canarinho do selecionado brasileiro. Como bom brasileiro-uruguaio, ele critica o futebol nike da seleção, fala sobre a criação e sobre a subvertência da CBF, que desbrasileirou a seleção brasileira. Sem mais, o Sr. Schlee:
Pergunta – Boa tarde, senhor Aldyr Schlee. A nova camisa da Seleção foi muito elogiada e o técnico Parreira chegou a dizer que é a mais bonita de todos os tempos. E na sua opinião?
Aldyr Schlee – Na minha opinião o uniforme da seleção brasileira volta a seu modelo original, que eu criei, em 1953. As pequenas diferenças ficam por conta da Nike, que precisa de alguns detalhes para que o material não perca sua identidade. Quanto ao Parreira, só agora é que ele descobriu que o modelo original é bonito; antes, não achava feio o conjunto que a Nike impusesse à Seleção.
Pergunta – Em seu encontro com a Nike, o senhor pediu para que houvesse um retorno ao padrão original do uniforme. Como foi essa reunião?
Aldyr Schlee – Pedi sim e sugeri as mudanças. Eles foram receptivos. Mas eu não perdôo aqueles calções compridos demais, aqueles ondulados verdes nas extremidades das mangas e a tal gola “mandarim”, que é coisa para o futebol chinês.
Pergunta de internauta – Aldyr, é melhor ser famoso como escritor ou como criador de um ícone como a canarinho?
Aldyr Schlee – O melhor, para mim, seria ser campeão brasileiro de futebol de mesa.
Pergunta de internauta – Você acha a opinião do Parreira oportunista?
Aldyr Schlee – Gosto não se discute. Mas acho estranho que só agora ele tenha se manifestado a respeito da estética do uniforme da seleção da CBF.
Pergunta – Quando o senhor criou o uniforme canarinho em 1953, o que foi mais difícil? A distribuição das quatro cores da bandeira no fardamento ou a inspiração mesmo?
Aldyr Schlee – Foi acertar no conjunto, partindo de quatro cores que – como sabemos – não são usuais em uniformes esportivos (Veranópolis à parte). Quanto à inspiração, não creio nela.
Pergunta de internauta – As regras que você escreveu para o futebol de mesa ainda estão em vigor?
Aldyr Schlee – As regras que eu escrevi perderam-se num vôo para a Bahia e nunca foram apreciadas ou adotadas.
Pergunta de internauta – O que você disse ao pessoal da Nike?
Aldyr Schlee – O que eu disse para o pessoal da Nike, em 2004? Que o modelo deles era horroroso, uma deturpação da canarinho e uma vergonha para o futebol brasileiro, que merecia algo melhor e mais respeitoso tratamento.
Pergunta – O senhor chegou a ser consultado em outros anos sobre as mudanças na camisa?
Aldyr Schlee – Não houve mudanças substanciais em anos anteriores, com exceção daquele em que aplicaram uns distintivões na parte frontal da camisa, a contra-pêlo. De resto, os caras nunca me deram bola, mesmo…
Pergunta de internauta – E o que eles responderam? (a Nike)
Aldyr Schlee – O que o pessoal da Nike me respondeu em 2004? Que minhas sugestões eram bem-vindas, que iam fazer uns relatórios e tal, e que talvez houvesse um retorno mesmo ao modelo original.
Pergunta de internauta – Você acredita que sua opinião foi decisiva para que o novo modelo não mais seguisse o padrão mundial da marca?
Aldyr Schlee – Não. A Nike tem muita força, manipula como quer a opinião pública – e apenas sentiu a temperatura, ao me entrevistar. Agora, mudou todos os modelos de todas as oito seleções que fardará na Copa, inclusive a nossa. Tudo é apenas uma jogada de marketing, diante do banho que levou da Adidas, quando do sorteio das chaves para o Mundial, no início do ano.
Pergunta – Partiu da Nike a iniciativa de convidar o senhor para essa reunião? Ou a CBF teve algum envolvimento?
Aldyr Schlee – Quanto à CBD (Confederação Brasileira de Desportos, que tornou-se CBF em 1979), nunca ouviu falar nem soube de mim, ao que calculo, porque nem guardou entre seus documentos o meu desenho original do uniforme, do concurso que ganhei em 1953.
Pergunta – Mas o senhor também guarda um esboço do desenho original do uniforme?
Aldyr Schlee – Quanto ao meu desenho original, tenho dois esboços, e a reprodução de um deles foi publicado semana passada pela revista IstoÉ Gente.
Pergunta de internauta – Você se considera tão uruguaio quanto brasileiro. Nunca pensou em desenhar a celeste olímpica?
Aldyr Schlee – A celeste olímpica é tão somente a celeste olímpica, campeão mundial de 24, 28, 30 e 50. Desenhar o quê, além daquele azul, daqueles calções pretos, daquelas meias pretas?
Pergunta de internauta – Prof. Schlee, você acha adequado o preço de R$ 179,00 para cada camiseta da Seleção?
Aldyr Schlee – É o preço Nike. É preço que pagamos para ter o nosso futebol, e o ícone mais famoso e difundido no mundo, nas mãos de ums transnacional mancomunada com a turma da CBF.
Pergunta de internauta – Você se considera injustiçado pela CBD/CBF?
Aldyr Schlee – Não. Não tenho nada a reclamar. Na época, recebi meu prêmio, de acordo com o regulamento do concurso, pude bem desfrutar deles e de suas conseqüências e ninguém me deve nada.
Pergunta – O senhor admira alguma outra camisa de seleção?
Aldyr Schlee – Quanto a admirar outro uniforme de seleção, admiro sim, a da Itália: é impecável, no desenho, no corte, nos vestir os jogadores e, principalmente, na sua elegante simplicidade.
Pergunta – Como o senhor vê o favoritismo do Brasil nesta Copa do Mundo? Há excesso de confiança?
Aldyr Schlee – Acho natural que o Brasil seja favorito, afinal, nossa Seleção tem se eternizado na liderança do ranking da FIFA. Mas acho que o excesso de confiança e a famigerada soberba podem comprometer nossa performance. Além do mais, a cada Copa sempre acho que pode dar zebra… e até hoje não deu!
Pergunta – Quais times podem atrapalhar a conquista do hexa?
Aldyr Schlee – Inglaterra, Argentina,Itália, Alemanha, Croácia – por que não? – poderão complicar as coisas para o Brasil, se não houver zebra.
Pergunta de internauta – Qual é a camiseta mais feia da história da Seleção brasileira?
Aldyr Schlee – Indiscutivelmente aquela da canga sobre o pescoço, das costuras verdes, do babeiro sobre a barriga, do diminuto distintivo sob o queixo e da bola de bingo da barriga: a última, que assim mesmo correspondia ao modelo internacional da Nike, idêntico ao da Hungria, da Coréia, de Portugal e tanta seleçãozinha perdida por este vasto mundo…
ANA MARIA ACKER, CLICRBS
LINHA DE PASSE
Depois do “doutor” Sócrates no Brasil, a Colômbia também já tem o seu doutor. E este não é doutor da medicina ou da advocacia, mas doutor Honoris Causa da causa futebolística. É o penteado de ouro, alegria dos peluqueros da Colômbia, Carlos Valderrama. Além de ser considerado um dos maiores jogadores da história do futebol, é considerado referência moral para as crianças. Moralismo à parte, o doutorado do pibe de oro do selecionado cafetero foi conquistado com os pés, e com a cabeça. Parabéns, Cabeleira!
CAMPEONATOS EUROPEUS
Segunda rodada da Champions League, e o jogo da tevê aberta foi entre a sensação transilvânica Cluj e os Big Phill’s Boys, que protagonizaram um embate soporífero. Enquanto o Cluj sofria para acertar dois passes e os meias não tinham intimidade com a leonor, o Chelsea, bem ao estilo Felipão, marcava no jogador, forçando a barra e cometendo falta fora do lance. No final, os dois bocejos mostraram bem o que foi a partida, enquanto Roma e Bordeaux fizeram um confronto bem mais interessante. À exceção ao grupo B, todos os outros são liderados pelos favoritos à primeira vaga, e o destaque negativo vai para o PSV Eindhoven, que tomou seis gols em dois jogos, um vexame para o futebol holandês. Resultados:
Grupo A:
Chelsea – 4
CFR Cluj – 4
Roma – 3
Bordeaux – 0
Chelsea 4 – 0 Bordeaux
Roma 1 – 2 CFR Cluj
Bordeaux 1 – 3 Roma
CFR Cluj 0 – 0 Chelsea
Grupo B:
Anorthosis – 4
Internazionalle – 4
Werder Bremen – 2
Panathinaikos – 0
Panathinaikos 0 – 2 Inter
Werder Bremen 0 – 0 Anorthosis
Anorthosis 3 – 1 Panathinaikos
Inter 1 – 1 Werder Bremen
GrupoC:
Barcelona – 6
Shakhtar Donetsk– 3
Sporting Lisboa – 3
FC Basel – 0
Barcelona 3 – 1 Sporting
Basel 1 – 2 Shakhtar
Shakhtar 1 – 2 Barcelona
Sporting 2 – 0 Basel
Grupo D:
Atlético Madrid – 6
Liverpool – 6
Olympique Marseille – 0
PSV Eindhoven – 0
Marseille 1 – 2 Liverpool
PSV 0 – 3 Atleti
Atleti 2 – 1 Marseille
Liverpool 3 – 1 Liverpool
Grupo E:
Manchester United – 4
Villareal – 4
Celtic – 1
FC Aalborg – 1
Celtic 0 – 0 Aalborg
Manchester United 0 – 0 Villareal
Aalborg 0 – 3 Manchester United
Villareal 1 – 0 Celtic
Grupo F:
Bayern Munique – 4
Fiorentina – 2
Olympique Lyonnais – 2
Steaua Bucareste – 1
Lyon 2 – 2 Fiorentina
Steaua 0 – 1 Bayern
Bayern 1 – 1 Lyon
Fiorentina 0 – 0 Steaua
Grupo G:
Arsenal – 4
FC Porto – 3
Dínamo Kiev – 2
Fenerbahce – 1
Dínamo 1 – 1 Arsenal
Porto 3 – 1 Fenerbahce
Arsenal 4 – 0 Porto
Fenerbahce 0 – 0 Dínamo
Grupo H:
Real Madrid – 6
Juventus – 4
BATE Borisov – 1
FC Zenit – 0
Juventus 1 – 0 Zenit
Real Madrid 2 – 0 BATE
Zenit 1 – 2 Real Madrid
BATE 2 – 2 Juventus