AMAZONINO NO FUTURO DE MANAUS ESQUECE SEU PASSADO

Baseada em dívidas de R$ 6 mil contraídas por propagandas eleitorais irregulares nas eleições de 2006, a juíza Eunice Torres do Tribunal Regional Eleitoral, atendendo a ação requerida pela coligação “União de Manaus”, do candidato a prefeito Omar Aziz contra a candidatura de seu ex-amigo e semelhante ideológico, Amazonino, também candidato a prefeito pela coligação “Manaus, Um Futuro Melhor”, impugnou sua candidatura.

Como a decisão da juíza Eunice Torres, cabe o direito de seu sentenciado recorrer. Seu advogado, Daniel Nogueira, apelou para o argumento em defesa de seu cliente, afirmando que “nós não recebemos nenhuma intimação para pagar a multa. Como é que iríamos saber que havia multa a pagar se não fomos intimados”. Para confirmar que o Tribunal Regional Eleitoral foi quem falhou em não notificá-los, Daniel asseverou: “Logo que soubemos, pagamos rapidamente”.

A MEMÓRIA DE AMAZONINO

O filósofo Nietzsche dizia que a função da memória é para afastar o passado para que o homem possa ter novas experiências e sempre mudar o mundo. Mas há uma faculdade mental no homem que, estupidamente, é tomada como memória: a imaginação. Um grande número de pessoas recorrem às imagens-lembranças, transformando-as em presente, concedendo-lhes a categoria de realidade. Ou seja, confundem seus passados com o presente, sem perceberem que o presente é sempre evanescente, não imagens-lembranças. Está sempre se fazendo e nunca parando.

O advogado de Amazonino afirma que eles não receberam a intimação “para pagar a multa”. Mas a multa foi consignada juridicamente no corpus do Estado em 2006 pelo TRE. Logo, a coligação representada por Amazonino, na época candidato a governador do Amazonas, sabia. Isso nos leva a acreditar que, se Amazonino, hoje, candidato a prefeito, é capaz de engendrar uma coligação com o lema “Manaus, Um Futuro Melhor”, é por que ele é capaz de lembrar que o prefeito atual, Serafim, há quase quatro anos não administra Manaus no presente para o futuro. Sendo assim, se ele lembra do que aconteceu a quase quatro anos. Então porque não lembra do que aconteceu (as multas) a dois anos passados? Será que Amazonino está tão preso ao passado-imaginativo (imagens-lembranças) e por isso não sabe que a realidade do Brasil é outra? Será que não sabe que apesar de alguma área do judiciário ainda continuar colonial, hoje, o judiciário do governo Lula não tem mais Fernando Henrique como seu Procurador Geral da República, Geraldo Brindeiro, ironizado pela opinião pública como “engavetador geral da República”, por engavetar tantos processos de amigos de FHC, para que nada constasse contra estes, e por isso esqueceu seu passado 2006?

AMAZONINO E FREUD

O criador da psicanálise, Freud, entre muitas de suas tiradas, além da moral burguesa, com sua simulação de classe representadora de papéis “acima de qualquer suspeita”, mesmo mais visível do que a visibilidade, construiu uma acachapante tirada para quem quer sempre desculpar-se, ou dissimular-se: “Nós só esquecemos o que queremos”.