DUAS NOTAS DA INTIMIDADE 'VORAXICA' ENTRE MANAUS E COARI
PRIMEIRA NOTA – SOL MENOR – O juiz federal Ricardo Augusto de Sales intimou ontem o secretário estadual de (in)segurança pública, Lélio Lauria, para explicar a quantidade grande de caixas de pizza e garrafas de coca-cola na lixeira da cadeia pública Raimundo Vidal Pessoa. Fotos e documentos chamaram a atenção do juiz, e o rastro levou não às celas, mas à capela da cadeia. Lá, se descobriu que os encarcerados da Operação Vorax estavam isolados dos outros presos, não comem a mesma comida e tem direito a uso irrestrito de telefone, além de um banheiro particular,construído só para eles. Embora a dieta não seja das mais nutritivas, os réus Carlos Eduardo Amaral Pinheiro (vice-prefeito), Rodrigo Alves da Costa (irmão do prefeito de Coari, Adail), Adriano Salan (ex-secretário de administração), Haroldo Portela (assessor especial do prefeito para assuntos voráxicos), Paulo Bonila (ex-secretário de obras), Paulo Sérgio Moreira (ex-subsecretário de obras) e o ex-presidente da comissão geral de licitação, Walter Braga têm efetivamente regalias dentro da cadeia. Tinham. A questão é federal, longe portanto das amizades do governador ‘guerreiro de sempre’ Braga. Antes mesmo de chamar Lauria para explicar o inexplicável, o juiz Salles já tinha providenciado a transferência dos réus para o presídio Antonio Trindade, onde se espera, seja bem mais difícil para o serviço de entrega rápida das pizzarias de Manaus. Até agora o secretário e futuro conselheiro-estadual-de-alguma-coisa, Lélio Lauria, não confirmou se o isolamento era para proteção dos outros presos, que não queriam se misturar com este tipo de gente. Com o ato, no entanto, o juiz manda um recado claro para o comércio de alimentos de Manaus: Vorax e pizza não combinam. E agora, pizzaiolos manoniquins?
SEGUNDA NOTA – DÓ MAIOR – Quem incluiu o nome de Amazonino Mendes na lista suja da AMB? Para a mídia regional, foi a AMB. Para o leitor intempestivo, que não se deixa levar pelas armadilhas do significante midiótico, foi o próprio Amazonino. Afinal, quem cometeu os crimes foi ele, não os magistrados. De qualquer forma, finalmente “o candidato do trabalho” se manifestou sobre a presença de seu nome na famosa lista, que pode lhe render a impugnação da candidatura (calma, torcida brasileira!). Para a sua assessoria, “não há justificativa para o nome do candidato aparecer nesta lista suja”. Amazonino jura que não era dono da Econcel, empreiteira que ganhava 12 entre 10 licitações na época em que ele era governador (1999 a 2002), dentre elas um posto da SUFRAMA e o estádio Vivaldo Lima (que ganhou um “A” estilizado com a marca do então governador, que você pode ver aqui). Mas dizem algumas fontes intempestivas que o que deixou “o candidato do trabalho” roxo de raiva foi ter perdido de 7 a 1 para um companheiro de batalhas, o candidato à prefeitura paulista Paulo Maluf. O paulista, além de não gostar “da raça”, ainda tem 7 processos registrados na lista suja, enquanto Amazonino, dos 11 que tem, só aparece com um. Concorrência desleal. E agora, candidato?