Com apoio do banco dos BRICS e tecnologia inspirada em modelos chineses, o Brasil prepara para 2026 o início de uma rede nacional de hospitais inteligentes. Para o ministro Alexandre Padilha, trata-se de uma “revolução tecnológica da construção hospitalar”, e um passo para colocar o SUS no centro da inovação em saúde.
O anúncio foi feito na quinta-feira (30), durante o Congresso da Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde), em São Paulo. O projeto prevê um hospital-modelo no complexo da USP e dez unidades regionais distribuídas pelo país, com prioridade para regiões historicamente carentes, como Norte e Nordeste. A iniciativa busca integrar inteligência artificial, 5G, telessaúde e sistemas de gestão preditiva.
O projeto foi elaborado em parceria entre o Ministério da Saúde, a Faculdade de Medicina da USP e o Hospital das Clínicas, com apoio técnico do Banco do BRICS (Novo Banco de Desenvolvimento), que também será o responsável pelo financiamento.
Segundo Padilha, a proposta “vai além da modernização do atendimento: gera empregos qualificados, fortalece o SUS e posiciona o Brasil no mapa global da saúde digital”.
Em outubro, Padilha visitou o hospital inteligente universitário Tiantan, em Beijing, durante missão oficial à China. A unidade é referência em monitoramento contínuo dos pacientes, mesmo após alta hospitalar.
“O paciente volta para casa, o hospital registra todas as suas informações, os médicos debatem os casos e ele espera a consulta. Isso reduz gastos e melhora a qualidade do atendimento”, afirmou o ministro, conforme nota do ministério.
No Brasil, o Instituto Tecnológico de Medicina Inteligente (ITMI-Brasil) pretende instalar uma unidade em São Paulo, com 800 leitos voltados a emergências de alta complexidade, nas áreas de neurologia, cardiologia, neurocirurgia e terapia intensiva.
“O hospital inteligente permitirá integração com a rede de atenção em todas as etapas – da atenção primária ou serviços de urgência e emergência até alta complexidade -, garantindo cuidado mais rápido, eficaz e humano. É a tecnologia a serviço do SUS, do médico ao paciente, da formação profissional à assistência”, acrescentou o ministro.