MST VÊ NOMEAÇÃO DE BOULOS COMO PASSO PARA “APROFUNDAR PARTICIPAÇÃO SOCIAL” NO GOVERNO LULA
Para Ceres Hadich, nova gestão da Secretaria-Geral pode fortalecer diálogo entre Estado e sociedade civil
Boulos em visita à 5ª Feira da Reforma Agrária, do MST, em maio de 2025 – Vinícius Rodrigues/MST
“Boulos vem de uma caminhada histórica de militância, de atuação social e também por dentro da vida parlamentar que consolidou ele como uma grande liderança, como uma referência para causas sociais, inclusive mais amplas do que a causa da moradia urbana”, destacou Hadich. Para ela, a mudança na Secretaria-Geral deve “consolidar os processos de participação social que já vinham sendo estruturados e organizados pelo até então ministro Márcio Macedo”.
Segundo a dirigente, o novo ministro chega em um momento em que o governo busca ampliar o diálogo com a sociedade e reforçar sua presença nas ruas. “Quando o presidente Lula traz Boulos para a Secretaria-Geral, ele olha muito a partir do horizonte eleitoral, sem dúvida nenhuma. Isso pode ser um fator desencadeador de um apelo e um apoio popular mais forte para o governo olhando já as eleições de 2026”, avaliou.
Hadich lembrou que o MST manteve uma relação “muito franca e leal” com o ex-ministro Márcio Macêdo, com quem dialogou sobre a reforma agrária e outros temas interministeriais. A expectativa é manter o mesmo nível de interlocução com Boulos. “Esperamos em breve sentar com o ministro Guilherme Boulos para poder apresentar não só as propostas referentes à reforma agrária, mas também para nos colocarmos à disposição para fortalecer esse processo de construção de mobilização popular, social, no rumo do fortalecimento das pautas do governo”, afirmou.
Para Ceres Hadich, a nova fase pode representar uma “mudança de chave” na relação entre Estado e sociedade civil, indo além dos espaços institucionais de participação. “Vivenciamos um processo de reconstrução da participação social como um todo, muito vinculado a uma concepção bastante institucionalizada. Se faz muito necessário podermos avançar para além disso, ensaiar também essa retomada massiva e popular efetivamente nas ruas da participação social é importante em um horizonte de médio e longo prazo”, defendeu.