ACOMPANHADO POR MOVIMENTOS E CENTRAIS, EDMILSON RODRIGUES (PSOL) CRÊ EM REELEIÇÃO EM BELÉM APESAR DE BAIXA NAS PRÉVIAS

Num país onde o conservadorismo é muito forte, você não pode querer ser dono exclusivo da revolução

Em Belém, capital do Pará, uma frente ampla de esquerda se formou para apoiar o atual prefeito e pré-candidato à reeleição Edmilson Rodrigues (Psol). Articulada por movimentos populares e sindicatos, além dos partidos PT, PDT, Rede, PCdoB, PV e Cidadania, a frente ampla tem o objetivo de defender a democracia e os interesses das classes populares e trabalhadoras. 

Em entrevista ao Programa Bem Viver, Rodrigues destaca que essa união vai ser fundamental para o enfrentamento ao pré-candidato à prefeitura e atual deputado federal Delegado Éder Mauro (PL), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, que lidera as pesquisas de intenção de voto na cidade. 

“Sabendo que num país como nosso, onde o conservadorismo é muito forte, a extrema direita é muito forte, você não pode querer ser dono exclusivo da revolução. Não temos o direito de ter exclusividade na luta popular. E é por isso que partidos e movimento sociais estão juntos conosco. Já há outro clima na cidade, essas pesquisas indicam um momento da história que a gente tem que considerar, mas hoje realmente eu posso falar, eu estou na periferia todos os dias e em todos os lugares que eu vou, eu sou bem recebido”, disse Rodrigues. 

A aliança em torno do nome de Rodrigues é composta por Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento Camponês Popular (MCP), Movimento de Economia Solidária, Movimento de Soberania Popular da Mineração, Fórum de Mulheres da Amazônia Brasileira, entre outros. E também conta com Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Intersindical e Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST). 

Com essa frente, o atual prefeito de Belém avalia que é possível superar a desvantagem nas pesquisas com um projeto de mudança das condições sociais da população de Belém. 

“[A prefeitura] está em jogo porque nós estamos em uma democracia, mas eu estou muito tranquilo. Eu tenho uma história. Um socialista não se move por interesses menores. Só tem sentido se for para ajudar a mudar o mundo, para ver o combate a todas essas perversidades estruturais que o modo de produção capitalista tem na sua essência. Mesmo em uma cidade pobre, como Belém, podemos desenvolver políticas que ajudam de forma mais objetiva a mudar a realidade social. 

O levantamento mais recente, realizado pelo instituto Paraná Pesquisas, mostra Éder Mauro com 30,7% das intenções de voto. Na segunda posição está o deputado estadual Igor Normando (MDB), aliado do governador Helder Barbalho (MDB), com 18,2%. Rodrigues aparece na terceira colocação, com 13,8% dos votos. 

O candidato do Psol destaca que o atual mandato foi muito afetado pela pandemia de covid-19 e por gestões anteriores do governo municipal. E lembra que em sua primeira gestão deixou a prefeitura de Belém com 82% de aprovação, no ano de 2004.

“Eu mesmo não tinha consciência do nível de estrago que os dois prefeitos que vieram após meus dois mandatos deixaram. Superamos grandes dificuldades, a cidade não mudou tanto estruturalmente, continua sendo pobre, mas hoje, com apoio do Lula, além de obras de infraestrutura nós tínhamos 104 equipes do Programa de Saúde da Família. Hoje temos 348. Não somos ainda uma Havana, não somos Cuba, mas estamos garantindo a grande parte da população o direito de acessar o sistema de saúde com qualidade”, conclui.