LUIS NASSIF: O PAPEL VERGONHOSO DO CORREGEDOR DO MPE DE SÃO PAULO

Ou o MPE-SP acorda, ou Motauri volta a ser o promotor que já foi um dia, ou será a desmoralização final de uma instituição fundamental.
Chegou até o GGN outro abuso injustificável dos promotores de São João da Boa Vista. Alinhados a um grupo político da cidade, chegaram ao cúmulo de proibir a revista da Associação Comercial de São João de veicular artigos de cunho histórico, do historiador Fernando Arten – de um grupo político adversário.
Uma série infindável de abusos do promotor Nelson O’Really – o titular – chegaram à corregedoria do MPE-SP, mas foram sumariamente arquivados pelo corregedor Motauri Ciocchetti de Souza.
Curiosamente, dia desses fui a um evento e testemunhei conversa de duas ex-alunas de Motauri, descrevendo-o como pessoa preparada e cordata. O que acontece para transformar-se em um exemplo de corporativismo nefasto, cuja inércia afeta toda a corporação? Unicamente o vício de eleição direta para corregedor, que faz com que os candidatos se comportem como políticos de carreira, atrás de votos, e não da defesa da categoria.
A reação de Motauri foi uma live com os promotores, atribuindo à série intenções políticas e alertando para o risco de desmoralização do MPE se… promotores continuassem a trabalhar em casa. Nada sobre a desmoralização decorrente de sua inação.
É hora de se começar a pensar em mudar o sistema de eleições internas nos MPEs. Corregedor tem que ser indicado pelas organizações da cidadania, e não pelos promotores sujeitos à sua fiscalização.
Pessoas como Motauri ainda vão conseguir destruir as prerrogativas dos Ministérios Públicos estaduais, inclusive a possibilidade da lista tríplice. Ou o MPE-SP acorda, ou Motauri volta a ser o promotor que já foi um dia, ou será a desmoralização final de uma instituição fundamental.
