FLÁVIO DINO, MINISTRO DA JUSTIÇA, VAI PEDIR EXTRADIÇÃO DE ANDERSON TORRES SE ELE NÃO SE APRESENTAR ATÉ SEGUNDA-FEIRA

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TERRORISMO

“Temos que levar isso adiante, não por vingança, retaliação, mas porque a lei manda, e se não fizermos isto estaremos nós cometendo crime”, disse o ministro da Justiça

Flávio Dino mandou recado aos golpistas: “Pelo amor de Deus, acabou a eleição de 2022. Entendam definitivamente isso”.
Créditos: Reprodução de Vídeo

Por Lucas Vasques

POLÍTICA – 13/1/2023 · 

Flávio Dino, ministro da Justiça, deu um ultimato ao seu antecessor Anderson Torres: caso não se apresente até segunda-feira (16), ele vai pedir a extradição do bolsonarista aos Estados Unidos. A decisão foi tomada um dia depois da divulgação da existência, na casa de Torres, de uma minuta de decreto para alterar o resultado da eleição vencida pelo presidente Lula (PT).

“Vamos aguardar até a segunda-feira que a apresentação [de Torres à PF] ocorra. Caso a apresentação não se confirme, por intermédio dos mecanismos internacionais, vamos deflagrar na próxima semana os procedimentos voltados à extradição, uma vez que há ordem de prisão”, afirmou Dino, durante evento, nesta sexta (13), em homenagem às forças de segurança que trabalharam nas operações contra os atos terroristas de domingo (8), em Brasília. Participaram do encontro, no Ministério da Justiça, o interventor na segurança do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, e o diretor-geral da PF, delegado Andrei Passos Rodrigues.

Antes mesmo do cumprimento de mandado de busca e apreensão na residência do ex-ministro, em ação da Polícia Federal (PF), já havia um pedido de prisão contra Torres.

Dino declarou que a minuta do rascunho do decreto para mudar o resultado da eleição configura elemento para entender uma série de eventos entre a proclamação do resultado da eleição e a tentativa de golpe.

“Quero lembrar a força da palavra união. Casa dividida, cai. Fizemos questão de realizar esse evento exatamente para sinalizar que por sobre as dissensões graves que a nossa pátria atravessa está o senso de união patriótica em torno do interesse nacional. Não queremos país conflagrado. O presidente Lula quer um país em paz, mas paz não significa se curvar a uma lógica do vale tudo. Não significa aceitar a lei do mais forte. Então, nós resolvemos fazer esse evento para mostrar que a intervenção federal não foi um ato contra as corporações de segurança do Distrito Federal, foi um ato em apoio às corporações e ao sistema de Justiça do DF. Desejamos que essa intervenção seja temporária e breve”, declarou Dino.

Em relação aos atos terroristas, o ministro disse: “Não estamos tratando apenas de dano, não estamos tratando de crimes contra o patrimônio cultural apenas. Eu convido os colegas que questionam as prisões em flagrante a olharem o Código Penal, lerem o tipo chamado pelo Congresso Nacional de golpe de estado. Atentar, almejar destituir um governo legitimamente eleito é crime. Está na lei. Tentar impedir, restringir os poderes constitucionais é crime, está no Código Penal. E esta lei antecede nosso governo”.

O ministro ressaltou que as investigações e responsabilizações dos envolvidos continuarão
“Temos agora um desafio muito grande e precisamos entender isso. Temos que levar isso adiante, não por vingança, retaliação, mas porque a lei manda, e só não fizermos isto estaremos nós cometendo crime. E nesta sala não há nenhum candidato à perpetração de crime. Isto é necessário para prevenção de novos eventos desta natureza, que não são videogame. Há gente que veio para cá pensando que se cuidava de um jogo e que a pessoa tem cinco vidas para queimar. Ela vai lá, brinca, ‘olha, perdeu uma vida, vou usar a outra’. Não, é muito grave. Deus abençoou o Brasil e nós não tivemos nenhum morto. Poderíamos ter tido. Quem olhou o ódio materializado nos objetos, viu o ódio contra as pessoas. O ódio à cadeira não era um ódio à cadeira, era um ódio a quem senta nela. O ódio a uma sala, um gabinete, é um ódio entre brasileiros e brasileiras. E como se constrói uma nação dessa forma?”, questionou.

Dino aproveitou para enviar um recado aos golpistas: “Eleições são periódicas e, por serem periódicas, finitas. Pelo amor de Deus, acabou a eleição de 2022. Entendam definitivamente isso. E se preparem para a próxima. Haverá outra em 2026. E nós, os vencedores de 2022, se perdermos em 2026 vamos respeitar democraticamente o resultado, como respeitamos em 2018”.

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