MP DENUNCIA GUARANHO, ASSASSINO DE ARRUDA, POR HOMICÍDIO COM MOTIVAÇÃO POLÍTICA

Promotoria ofereceu denúncia contra Jorge Guaranho por homicídio qualificado com motivo fútil por preferência política, divergindo do inquérito policial, que aponta motivo torpe no assassinato do petista.
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) denunciou à Justiça, nesta quarta-feira (20), o policial bolsonarista Jorge José Guaranho, assassino do guarda civil petista Marcelo Arruda, morto a tiros durante sua festa de aniversário com tema do ex-presidente Lula e do PT no dia 9 de julho em Foz do Iguaçu (PR).
Apesar do MP ter descartado crime de ódio ou contra o Estado Democrático de Direito, Guaranho foi denunciado por homicídio duplamente qualificado com motivo fútil por preferência política. O entendimento do MP, portanto, é diferente daquele apontado pelo inquérito policial, que concluiu que o assassinato foi por motivo torpe e descartou motivação política.
Na denúncia, os promotores dizem que Guaranho cometeu o crime por motivo fútil em face de “preferências político-partidárias antagônicas”. Ao longo do documento, o MP dá destaque aos xingamentos de tom político feito por Guaranho antes de cometer o assassinato e frisa que o policial, “dolosamente e imbuído da mesma fútil motivação, dizendo ‘petista vai morrer tudo’, detonou dois disparos contra a vítima”.
Em coletiva de imprensa para detalhar o oferecimento da denúncia, o promotor Tiago Lisboa Mendonça explicou que o motivo torpe “tem que ter conotação de alguma vantagem para o agente no campo econômico” e, por isso, o crime cometido por Guaranho se enquadra na motivação fútil, que segundo ele é “o motivo flagrantemente desproporcional”, que neste caso é o “antagonismo praticado por preferência político-partidária”.