Ataque é feito após Supremo responder fake news de que presidente foi impedido de agir na pandemia. “Uma mentira contada mil vezes não vira verdade”, afirmou a Corte
29/07/2021.
Site do PT
Ao invés de governar, Bolsonaro aposta na desestabilização institucional
Nãosatisfeito em criar campanhas antivacinas, promover remédios perigosos e ineficazes contra a Covid-19 e atacar a democracia, Jair Bolsonaro decidiu criar uma nova crise institucional com o Supremo Tribunal Federal (STF). Na manhã desta quinta-feira (29), o extremista de direita afirmou que a Corte cometeu crime ao conceder autonomia a estados e municípios para adotarem medidas de controle da pandemia, como a quarentena e o fechamento do comércio.
“O Supremo, na verdade, cometeu um crime ao dizer que prefeitos e governadores de forma indiscriminada poderiam, simplesmente suprimir toda e qualquer direito previsto no inciso 5º da Constituição, inclusive o ‘ir e vir”‘, disparou Bolsonaro, diante de apoiadores.
Na noite desta quarta-feira (28), a Corte condenou mais uma fake news de Bolsonaro, que afirmou, no final de semana, “se eu tivesse coordenando a pandemia, não teria morrido tanta gente”. O STF emitiu uma nota em resposta: “O STF não proibiu o governo federal de agir na pandemia! Uma mentira contada mil vezes não vira verdade”, diz o texto, replicado no Twitter.
O Supremo também divulgou um vídeo alertando a população para os perigos da disseminação de mentiras na rede e pediu que a mensagem fosse compartilhada. “É falso que o Supremo tenha tirado poderes do presidente da República de atuar na pandemia”, observa a Corte. “É verdadeiro que o STF decidiu que União, estados e Prefeituras tinham que atuar juntos, com medidas para proteger a população”, ressalta o texto do vídeo.
“Qual é o poder de convencimento do ‘Seu’ Barroso? O que brilha nos olhos dele? Acho que todos nós queremos ter esse poder de convencimento dele para dentro do Parlamento”, atacou Bolsonaro, em referência ao encontro entre os Três Poderes, ainda sem data para acontecer. “Eles não querem o voto democrático. Eles são contra a democracia”.