FREUD, BOLSONARO E O “AMOR À PRIMEIRA VISTA” DIANTE DO MINISTRO NORONHA QUE LIBERTOU QUEIROZ E MULHER

O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, recebe o presidente eleito Jair Bolsonaro.
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A máxima do apóstolo Paulo, “amarás teu próximo como a ti mesmo”, uma grande saque cristão para diminuir a agressividade entre os homens, como mostra a psicanálise, já existia muito antes de Cristo. Mas, seu uso, quando verdadeiro tem um grande valor para a vida em comunidade. Porém sabe-se que a maioria dos indivíduos não alcança essa dimensão humana que se expressa como racionalidade e sociabilidade, pois permanece nos estágios primários da menta: impossibilidade de sair de si mesmo. Atrofia desgeneralizante da existência
Embora, Freud tenha afirmado o contrário: quando alguém se ama não pode amar outro, visto que seu amor é resultado de sua vivência cujo valor é só seu e jamais poderia amar quem não se ama. Entretanto, ele conseguiu uma boa saída sem desmontar sua própria tese-amorosa.
Baseado na teoria da libido-narcísica, Freud pôde criar o tema do amor projetivo. Ou seja, como o homem é um ser narcisado e não pode existir só em si mesmo, pois seu narcisismo pode se atrofiar nele mesmo levando a destruição transformando-se em profunda depressão ou melancolia, o homem precisa se relacionar com o mundo. Então, ele recorre a sua libido-narcísica e investe no exterior.
Desta forma, através do investimento narcísico, o homem torna o mundo prolongamento de seu amor. O que significa que quando o homem ama ele ama à si mesmo no outro. A equação seria esta: quem ama alguém ama a si mesmo nesse alguém. Ou seja, não amo o outro, mas a mim mesmo nesse outro. O que encontro de mim nesse outro. Quando acabam os signos que me fizeram projetar minha libido-narcísica neste outro, acaba o amor.
Um exemplo fácil de entender: quando um ente querido morre, inicia-se o estado do luto que significa a impossibilidade de investir a libido-narcísica no ente que morreu, pois ele não se encontra mais no mundo. Ele é só lembrança. Então, ela volta para o investidor. E mais, quando a libido-narcísica é retirada do mundo em toda sua força, ela se volta para o próprio indivíduo criando o sintoma conhecido como exacerbação narcísica do Eu. É muito fácil encontrar em indivíduos egoístas, ambiciosos, orgulhosos, prepotente, etc. No sentido político-econômico-social, o sistema-capitalista é o maior exemplo da exacerbação narcísica do EU. Por isso Marx afirmou que o capitalismo é uma patologia: ele adoece as pessoas, principalmente os trabalhadores.
Nesse seguimento freudiano, fica fácil compreender a afirmação de Bolsonaro sobre o ministro Noronha. Bolsonaro realizou o chamado deslocamento projetivo-psicanalítico: projetou sua libido narcísica no ministro Noronha. Ele viu no ministro os signos que existem nele, bolsonaro. Por tal percepção-concepção ele bradou: “amor à primeira vista”. O investimento libidinal-narcísico no ministro. Sintetizando, no imbricamento projetivo Bolsonaro se mostrou o ministro e o ministro se mostrou Bolsonaro.
Aí, não deu outra: Noronha mandou soltar Queiroz e mulher que ainda não deu o ar de sua graça de foragida.. É muto amor ao próximo.