PROCURADORA PEDIU DESCULPAS A LULA E LULA PEDIU QUE DEUS ILUMINE OS PROCURADORES, AMBOS NÃO MUDAM O REAL

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O cargo de procurador é um cargo público implicado no corpus da instituição jurídica. O que obriga que todos funcionários desta instituição sejam constituídos dos princípios e atributos sensoriais, éticos e intelectivos comprometidos com o corpus social. Ou seja, como trata-se de funcionário público as propriedades-egoicas não devem prevalecer sobre o direito coletivo. Na linguagem psicanalítica, os componentes-privados de um ego não devem prevalecer sobre o direito-coletivo, sublimado como deslocamento projetivo. O funcionário público projeta no outro seus sentimentos obscuros e tristes fazendo uso da instituição um topos-privado.
As revelações feitas pelo site The Intercept mostram – e mostrarão mais ainda – os comportamentos a-institucionais dos procuradores da Lava Jato comandada por Moro e Dallagnol. Em pesquisa divulgada, a maioria da população brasileira repudia tais atos. São vários os modos inaceitáveis mostrados pelos procuradores principalmente contra o preso político Lula. Para a população brasileira a Lava Jato encontra-se comprometida. Embora Moro e Dallagnol neguem os conteúdos das mensagens publicadas pelo site The Intercept.
Com a publicação do The Intercept no dia de ontem, 27, em que mostra procuradores tentando ofender (porque não possuem dimensão-cognitiva e afetiva para ofendê-lo) Lula através de falas ignominiosas sua esposa, irmão e neto no momento de seus falecimentos, que causou profundo sentimento de revolta na população, a procuradora Jerusa Viecili resolveu pedir desculpas a Lula pelo que havia afirmado sobre seus parentes:
“Errei. E minha consciência me leva a fazer o correto: pedir desculpas à pessoa diretamente afetada, o ex-presidente Lula”, escreveu ela, às 21h09, em seu twitter.
Sobre a morte de dona Marisa, a procurado havia perguntado aos seus semelhantes: “Querem que eu fique pro enterro?” Desprezando a dor de Lula ela voltou a carga infame: “Quem for a próxima audiência do Lula, é bom que vá com uma dose extra de paciência para a sessão de vitimização”. E mais desprezível ela se mostrou quanto a morte de Arthurzinho, de 7 anos, neto de Lula: “Preparem para nova novela da ida ao velório”.
Há duas vertentes para se analisar a posição desculpante da procuradora. Uma, como funcionária da instituição jurídica que tem um ordenamento deontológico, ela jamais poderia ter tido o comportamento que teve em relação a família de Lula ou outras pessoas: realizar o deslocamento projetivo de seus sentimentos pessoas eliminando a obrigação-profissional. Outro, como ela realizou suas infâmias em sua maioridade e ciente delas, seu pedido de desculpas não tem qualquer efeito real. Além de quê, desculpa é semelhante a perdão, e, como diz o filósofo Nietzsche, o perdão não passa pelo sistema nervoso central. A ofensa, sim. O perdão é produto da imaginação supersticiosa. Quem perdoa, perdoa como ato imaginativo e não experimental.
Portanto, a desculpa não é real. Mesmo que ela tenha entrado em uma depressão por culpa pela presença sacra-simbólica da morte, que implica medo existencial, sua desculpa não é real. É uma defesa-egoica contra investidas do super-ego. Nada que envolva Lula. A única importância de sua desculpa é que mostra e confirma para sociedade brasileira que os documentos publicados pelo site The Intercept são reais e autênticos.
Quanto ao companheiro Lula, que é um devoto cristão-católico, que o papa Chico abençoa continuamente, é entendível seu pedido para que Deus ilumine os procuradores, mas também não leva à realidade. Se Deus tivesse que iluminar estes procuradores Ele já teria iluminado. Deus se preocupa com todos. E eles não teriam esses comportamentos desprezíveis e abomináveis. E além de quê, com Deus ou sem Deus, todo homem é responsável por seus atos como escolhas suas, como diz o filósofo Sartre. Se for para deixar tudo na mão de Deus é melhor o homem abdicar de sua liberdade e responsabilidade e se assumir um intolerável covarde indiferente com a história da existência. E além do além, os procuradores também acreditam em um deus que lhes permite terem esses tipos de comportamentos prepotente, orgulhoso, autoritário, ameaçador, chantagista, calculista, explorador, corrupto que não condizem com a deontologia profissional. O mesmo deus de Moro, Dalallagnol e Bolsonaro.
O deus que a Vaza Jato vem mostrando que trabalha para destruição do Brasil e o enfraquecimento da soberania e da Nação Brasileira. O que o espírito democrático não permitirá.
Adorei a reportagem. Parabéns
Emocionantemente perfeito!