MORO NÃO PROVA VÍNCULO ENTRE DOSSIÊ INTERCEPT E ATAQUE HACKING

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Até que se prove o contrário, são dois assuntos distintos que Moro mistura porque lhe convém: de um lado, a invasão hacking que resultou em 4 inquéritos da Polícia Federal. Do outro, o dossiê do Intercept

Foto: Lula Marques

Jornal GGN – Renata Ávila e Joana Varon assinam artigo no El País desta sexta (21) alertando para o fato de que, até agora, Sergio Moro não apresentou nenhuma prova que justifique a vinculação, por ele e procuradores da Lava Jato, entre o alegado ataque hacking que sofreram há algumas semanas e o vazamento divulgado pelo Intercept Brasil.

Desde que o dossiê recheado de conversas de Telegram entre Moro e procuradores veio à tona, expondo o conluio entre Juízo, Ministério Público e parte da imprensa, o hoje ministro da Justiça tem usado como escudo a invasão de um hacker na privacidades dos membros da operação e em seu celular, para tangenciar a crise.

O discurso de Moro é curioso: ele admite que costumava trocar mensagens com procuradores, mas se recusa a admitir a autoria do que foi divulgado pelo Intercept até agora. Primeiro, diz que não lembra das conversas; segundo, que os diálogos foram (ou não) adulterados pelo hacker.

Para as autoras, até que se prove o contrário, são dois assuntos distintos que Moro mistura porque lhe convém: de um lado, a invasão hacking que ocorre desde abril, e que resultou em 4 inquéritos da Polícia Federal. Do outro, o dossiê do Intercept.

Pelas deixas dos jornalistas do portal, é mais provável que um “whistleblower” – um denunciante que “presenciou as ilicitudes e condutas antiéticas da Lava Jato”, e decidiu abrir o bico sob a condição do anonimato – tenha colaborado com as informações, do que a hipótese de “crime em andamento”, elaborada para a auto-defesa de Moro.

“Focar o debate na existência de um pretenso hacker, um personagem imprevisível e misterioso, é a materialização de uma tática milenar daqueles que estão no poder: criar um inimigo comum para funcionar como cortina de fumaça, capaz de tirar o foco em conflitos internos, transferir a raiva para o desconhecido e, assim, encobrir ilegalidades e comportamentos antiéticos.”

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