COPA 2014: XENOFOBIA E MARKETING GOVERNAMENTAL SÃO PRODUTOS DA MISÉRIA SOCIAL
Que os governantes, em sua maioria, quando numa democracia que não carrega a potência transformadora do corpo-palavra, tratam mais de preparar armadilhas para seus povos, do que propriamente criam as condições para o seu desenvolvimento, isto fica evidente em cada ação destes ditos governos.
Na “disputa” por uma das subsedes para a Copa 2014, a xenofobia criada pela miséria social que assola a região Norte do Brasil – e que só tem diminuído agora, com as ações do governo Lula – ficou mais visível, tanto pelas ações de marketing do governo do Amazonas, quanto pelas enunciações da inteligência sequelada pela privação, que não é condição da vida.
Enquanto o governo do Estado se utiliza do mau afeto “orgulho” – falsa idéia que se tem de si mesmo como sendo superior ao que realmente é – e vende um verde desbotado pela potência naturante das águas que evidenciam um modo de existir contrário à vida, já que um governo em “sintonia com a natureza” jamais construiria cidades que se opusessem ao regime natural das águas, alguns ufanistas da copa sem copa continuam a destilar, por onde quer que passem, enunciados capturados pela força reativa xenofóbica, que toma o efeito pela causa e culpa o miserabilizado pela sua própria miséria. (Des)entendimento presente na imagem do pensamento da Direita, por exemplo. Não por acaso, os governos atuais e anteriores em Manaus estiveram todos deste lado.
No entanto, a potência criadora do conhecimento e da Razão enfraquecem as muralhas da estupidez, produto da interdição, e coloca as coisas dos homens em seus devidos lugares. Causa e efeito. Por isso, o filosofante João Cruz, que enxergou para além das imagens maquiadas dos marketing de Manaus e Belém, desmonta a imagem xenofóbica com seus dizeres:
Fico arrepiado com o bairrismo entre Belém e Manaus. Sinceramente… Acho um absurdo… É uma guerra velada sem propósito e sem caminho. Sou Paraense e vejo meu estado como sofrido sim, e cheio de problemas. Mas, sinceramente, não vejo tanta propaganda negativa quanto às que o povo manauara faz do paraense. Evidenciados mais agora, nesta disputa pela Copa do Mundo. Com certeza os paraenses não são os únicos retirante a aportarem nas terras amazônidas. Em Belém também. Recebemos muitos. Eu disse muitos!! Maranhenses, piauienses, Macapaenses, Manauaras, Gauchos, Cearenses, Cariocas, e nem por isso culpamos eles por estarem tirando empregos de paraenses ou de virem engrossar a violência na cidade… Sabemos que isso é um complicador sim, mas nada que trabalho e competência não tire de letra. Com todo o respeito aos manauaras: acho que os paraenses ou belenenses são mais ameaças aos manauaras que o contrário… É a única explicação cabível para tanta xenofobia. Esta é minha opinião.
Sei que os manauaras não vão gostar. Pois que postem seus comentários. Mas usem do bom senso e pelo menos da educação… Pois do contrário só estarão reforçando o que escrevi aqui. E outra, concordo em parte com o que escreveu o blogueiro motivador dos protestos por parte dos manauaras. Se ele mentiu na opinião… Ok! O Juca Kfoury também, e aí qual a verdade absoluta, mas se falou a verdade os manauaras estão cometendo o erro da cumplicidade… E pior, enganando a eles próprios. Então por que não ser realista em vez de regionalista extremo. Será que Manaus terá que sofrer outro favorecimento políctico/econômico, como a tão propalada Zona Franca pra se desenvolver, ou aprenderá a andar com as prórias pernas, errando e acertando como nós paraenses que nunca recebemos tantos favorecimentos assistenciais políticos e econômicos. Parece que aos olhos dos manauaras erramos sempre. Então por que alguém que erra tanto incomoda proporcionalmente tanto???? Deixo essa pergunta a manauaras e paraenses.