“CÓDIGOS” DE RIQUELME MOSTRAM QUE TORCIDA DO BOCA JUNIORS NÃO SABE O QUE É O FUTEBOL
Um código é um signo usado pelo emissor para tentar substituir/ocultar outro signo. Pelo princípio da contiguidade ou equivalência, procura-se carregar elementos de significação de um elemento ausente, fazendo-o presença através de outro, o qual precisa ser lido e interpretado pelo receptor.
Assim, soa falsa a polêmica no futebol argentino entre Riquelme, atual 10 do Boca Juniors, e Diego Maradona, El Diez.
Riquelme, na semana passada, afirmou que não mais servirá à seleção, por que o atual técnico não possui os mesmos “códigos” que ele. Não é a primeira vez, diga-se de passagem. Alguns anos atrás, Riquelme, a pedido da mãe, também ameaçou abandonar a seleção. Faz-se necessária uma pergunta ao jogador, ao que parece, não formulada pela inteligente impresa argentina, em geral anos-luz à frente da brasileira: quais são estes códigos?
Neste domingo, aponta a agência Reuters de notícias, a torcida do Boca Juniors, enredada no engodo futebolista do hiper-real, saudou o atual Dez, e criticou o atual técnico, com cantos ofensivos e com uma faixa onde se lia “não se quebram os códigos”. Mais uma vez: quais códigos?
Seriam os tais “códigos” o apoio de Maradona ao conjunto dos jogadores, que não gostam de se sacrificar em campo para que Riquelme passeie em campo e ocasionalmente bata uma falta ou faça um lançamento, o que há muito ele não faz com destreza? Ou a opção d`El Diez em ver em Messi um líder mais democrático e compromissado com a Albiceleste que o jogador boquense?
É sabido que Riquelme, que quando quer é craque, demonstra em campo há algum tempo que não tem condições de vestir a camisa sequer do Boca. Os códigos que ele exprime em campo são claros. Lento, sem vontade, sem criatividade, sem envolvimento com a partida e com os colegas de time. São códigos que, para que sejam compreendidos pela torcida, é preciso que esta carregue os elementos necessários à decodificação: o conhecimento do que é o futebol. Não possuem.
Enquanto isso, a torcida do Boca aproveita para exprimir o ápice da paranóia de ultra-direita xenofóbica: briga entre si, deixando um torcedor em estado crítico e ferindo uma mulher de 85 anos. Não por acaso, Maurício Macri, ídolo da direita portenha, fez carreira política no clube de La Boca.
O futebol argentino é, em linhas gerais, superior ao brasileiro, quando o assunto é inteligência, exuberância e criticismo. Porém, neste aspecto, tem se comportado de forma semelhante aos seus “irmãos” amarelo-Nike: com insuficiência epistemológica.
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