JORNAL A CRÍTICA USA O “CRÉÉÉU”, MULHER OBJETO, À COPA

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É do entendimento de grande parte dos habitantes, e flutuantes, da cidade de Manaus que o jornal A Crítica está empenhado na campanha da sede da Copa 2014 em Manaus. Para isso, até amenizou sua oposição(?) ao governador Eduardo Braga, para se tornar seu cúmplice neste objetivo, o que para o entendimento de ambos do que seja progresso e saúde citadina é tão importante, mas tão desastroso e irônico para os lúcidos manauaras. Tamanho seu denodo para que Manaus venha a sediar a Copa fantasiosa que chegou a implicar seu torneio “Peladão”, tão benéfico eleitoralmente ao seu “pré-histórico” (pré-histórico, porque a história ainda não aconteceu em Manaus, como diria Marx) condutor Messias Sampaio, como vitrine para mostrar que aqui há futebol.

Para “ativar” mais seu intento Copa 2014, com a orientação do bispo Edir Macedo, passou a transmitir, aos domingos, os jogos(?) do campeonato amazonense(?). Então, neste seguimento, recorre a todos signos alienantes (talvez sem saber o que seja alienação) para alimentar seu ufanista propósito. Foi assim que, neste entendimento, ontem, dia 15, publicou como chamada de capa o jogador Evandro de Souza, do Rio Negro, junto, como diria o filósofo Baudrillard, com dois simulacros da sexualidade (onde existe tudo, menos sexo), representantes do “Peladão”, em pose clichê “erótico”, a chamada mulher objeto, mercadoria cujo valor não é tão somente um fetiche, no caso, ente sem realidade essencial e existencial, mas que serve ao sistema capitalista em sua pulsão de lucro.

Talvez tudo fosse até desconsiderado pelos menos incautos não fosse a postura “de mãos dadas com o povo” — comprometimento democrático — que o jornal alardeia. Um jornal familiar, cristão, sagrado, temente a Deus. Defensor intransigente dos princípios morais como forma de avaliar e agir em defesa da honra e da proteção do cidadão. Um faz de conta que “jornalismo é serviço público”, como sentencia o insigne juiz De Sanctis. Entretanto, para seus leitores, por opção do jornal que se encontra aprisionado no ufanismo telúrico, está valendo tudo, até recorrer à vulgaridade do impotente “créééu”. A narrativa do quando é impossível realizar o concreto, recorre-se ao abstrato. O fálico, como diria Freud. Ou, transferência do “caneco” para outro. Aí, adeus Copa.

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