Sem pseudo moralismo, inclusive encontrado em alguns membros da CPI de combate a exploração sexual de crianças e adolescentes, pode-se afirmar que o pedófilo não ama a criança. A pedofilia é uma perversão produzida pelo desvio bio-sexual/cognitivo/afetivo e cultural de seu agente que o impossibilita de compor prazer e relações concretas com adultos. Sua vida genital foi desviada de seu fim natural: a satisfação sexual orgástica. Seu ato de abusar de crianças é apenas um sintoma de sua patologia-desviante. Não tem orgasmo. É impulsionado por fantasias perversas de retaliações. Quando homem, tem pavor da genitália feminina/adulta. Quando mulher, tem pavor da genitália masculina/adulta. Psiquiatricamente, há muito de elementos de incesto e culpa paranóica.

Nada carrega de amor como potência de criação coletiva que faz com que homens e mulheres atuem em suas comunidades como sujeitos criadores de laços cognitivo e afetivos que aumentam a potência de agir ontologicamente. Entretanto, infelizmente, em nossa sociedade não é só o pedófilo que se encontra impossibilitado de amar. Existem outras formas de existências que perversamente não amam. Nesse campo de investimento psicopatológico encontram-se muitos profissionais do legislativo e executivo, onde a demonstrabilidade é encontrada em suas disposições em causar sofrimentos em crianças e adolescentes pela recusa de uma política voltada aos seus direitos, e que só é manifestada no protocolo técnico-burocrático. Esse é muito perigoso, pois circula impunemente, e muitas vezes com aplausos, no meio social com a maior “evidência” de normalidade.

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