Em notícia na Agência Brasil, Sidney Malaquias, secretário de Comunicação e Imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos em Manaus, disse que o Sindicato está preocupado com possíveis demissões no Pólo Industrial de Manaus. Malaquias falou que o Sindicato já procurou o governador do estado, Eduardo Braga, para apresentar propostas e pedir apoio.

Segundo Malaquias, “há riscos de demissões e por isso já estamos com uma proposta. Queremos sair na frente e mostrar para os empresários que podemos não só ajudar os trabalhadores, mas também a eles. Nesse período, o trabalhador poderá fazer algum curso de qualificação profissional e receber o seguro-desemprego”.

Malaquias completou dizendo que “ainda não sabemos quanto tempo essa crise vai durar e nem quanto tempo os efeitos dela poderão permanecer entre as indústrias brasileiras. Os trabalhadores têm se mostrado preocupados com as possibilidades de demissões. Estamos pedindo às empresas que tenham cautela antes de mandar qualquer pessoa embora. A empresa terá que ter cuidado e garantir que os selecionados tenham mais de seis meses de trabalho para poder receber o seguro-desemprego”.

Em contrapartida, Wilson Périco, presidente das Indústrias dos Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares de Manaus (ramo que junto com o de duas rodas são os que mais oferecem empregos), declarou que no momento nenhuma empresa do PIM está sendo afetada pela crise, embora seja necessário manter estado de alerta para qualquer acontecimento negativo. “Por enquanto, nenhuma empresa do PIM foi afetada pela crise mundial. Mas também não dá para dizer que isso não possa acontecer. Poderá haver uma readequação da produção, mas isso vai depender da situação e também de cada segmento e linha de produção. Se prestarmos atenção na movimentação do mercado, já vamos perceber melhorias no cenário econômico”, disse Périco.

BREVE ANÁLISE SOBRE O OCORRIDO

Seja em momento de crise ou não os empregos no PIM sempre estiveram ameaçados. Por mais que seja válida a preocupação agora declarada com a atual situação, não passa pelas falas pronunciadas, uma análise relativa ao fato do Amazonas nunca ter investido em sua própria economia de forma que a fortalecesse e criasse pólos de empregos seguros para o povo.

Os governantes que por aqui passaram sempre mantiveram o PIM como um meio de chantagear a população durante períodos eleitorais. O que eles não falam, mas está claro para a população, é que todo o lucro das empresas multinacionais do PIM não ficam por aqui, mas vão para as suas matrizes em seus países de origem ou investidos em outros lugares do mercado.

Os governantes do Amazonas nunca apresentaram projetos lúcidos, que saíssem do vazio do marketing, que explorassem, de forma racional, economicamente as potencialidades do Amazonas. Pelo contrário, sempre se mantiveram firmes em condutas que enfraquecem a economia do estado. Foi o caso da venda do BEA pelo Amazonino Mendes e os constantes empréstimos com o BID realizados durante o governo de Eduardo Braga. Ambos os atos em nada contribuíram ou vem contribuindo para uma transformação ontológica da cidade.

Uma ilustração do desentendimento econômico que os governantes apresentam foi o recém eleito prefeito Amazonino ter declarado que não esperemos que todas as suas promessas de campanha venham a ser realizadas, já que irá assumir uma prefeitura em plena crise mundial. Talvez ele tenha tentado colocar Manaus como uma cidade inserida na globalização e, assim, mostrar a sua importância, ou esteja afirmando, embora o Brasil esteja com a sua economia segura em plena crise em razão de produzir, distribuir e comercializar dentro e para a sua própria população, não se tornando mais dependente direto do sistema financeiro internacional, que, assim como seus iguais, vai fazer uma administração moderna baseada na dependência completa do capital estrangeiro, endividando o município de Manaus, a exemplo da dívida evolutiva do estado.

Tanto a produção, a distribuição, a troca e o consumo que constituem os alicerces de uma economia não estão reduzidos somente à lógica do mercado e à circulação e transformação do capital. Antes disso há uma subjetividade que determina como será organizada esta economia. E é aí onde a realidade começa a ser produzida e transformada pela consciência determinante desta subjetividade. Marx, já no século XIX, previu que o limite do capitalismo seria o próprio capital. A atual crise financeira confirma a sua sacada intemporal. Em Manaus, pelas tantas que anda a subjetividade da cidade, parece que terá o seu limite em…

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